A Arábia Saudita condenou hoje a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, ao complexo altamente sensível da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
As autoridades sauditas condenam "a intrusão de autoridades e colonos israelitas no complexo da mesquita de Al-Aqsa sob a proteção das forças de ocupação[Israel]", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita em comunicado.
A Arábia Saudita denunciou "os contínuos ataques ao caráter sagrado" do local pelos israelitas.
Ben Gvir visitou o Monte do Templo - como é conhecido pelos judeus, sendo o local mais sagrado do judaísmo - para celebrar o feriado do Sucot, uma das principais festas do calendário hebraico, e "rezar pela vitória na guerra", disse o porta-voz.
Esta visita ocorreu também quando estão a decorrer as negociações indiretas entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas para o fim da guerra de Gaza.
O gabinete de Ben Gvir indicou que o objetivo da visita ao local - conhecido pelos muçulmanos como complexo da mesquita de Al-Aqsa - era "rezar pela vitória na guerra, pela destruição do Hamas e pelo regresso dos sequestrados [nos ataques do grupo islamita palestiniano em 07 de outubro de 2023]", segundo o portal israelita Arutz Sheva.
O ministro israelita, que já fez várias visitas ao local nos últimos meses e recebeu críticas de responsáveis palestinianos e de grupos armados, assim como da Jordânia, ainda não se pronunciou sobre a visita à zona, que ocorreu após uma oração no Muro das Lamentações.
As visitas de altos funcionários israelitas ao complexo foram recebidas com condenação pelas autoridades palestinianas e jordanas, encarregadas de garantir o 'status quo', que impede os judeus de rezar no Monte do Templo, embora a polícia tenha tolerado orações limitadas na área ao escoltar os fiéis que entram no complexo.
O local - ocupado por Israel após a captura da Cidade Velha de Jerusalém durante a Guerra dos Seis Dias (1967) - já albergou o Primeiro e o Segundo Templos de Jerusalém, um património histórico judeu destruído do qual apenas o Muro das Lamentações permanece como vestígio, assim como alberga a mesquita de Al-Aqsa, considerada o terceiro local mais sagrado do Islão.
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