A antiga advogada do bilionário republicano, Donald Trump é alvo de duras críticas da oposição, que denuncia a perda da independência do Ministério da Justiça a favor da Casa Branca, desde que aquela pasta está sob a sua direção.
"Em apenas oito meses, transformou profundamente o Ministério da Justiça e deixou uma enorme mancha na história americana", afirmou o senador democrata Dick Durbin perante Pam Bondi, acrescentando que, ao contrário de Donald Trump, o seu antecessor Joe Biden nunca ordenou ao ministro da Justiça que perseguisse os seus opositores políticos.
Pam Bondi, por seu lado, defendeu o seu historial à frente do ministério e afirmou que os seus serviços estavam a trabalhar para restaurar a confiança dos americanos na justiça, após o que também qualificou como uma instrumentalização política sob orientação do ex-presidente dos EUA Joe Biden.
"Estamos a regressar à nossa missão fundamental de combater o verdadeiro crime", afirmou a ministra.
Durante a sua campanha presidencial de 2024, quando estava envolvido em vários processos judiciais, o atual chefe de Estado norte-americano tinha insinuado várias vezes que, no caso de regressar ao poder, atacaria os seus adversários.
Numa publicação recente na sua plataforma Truth Social, Donald Trump lamentou-se da ausência de processos movidos pelos procuradores federais.
Pouco depois, o antigo diretor do FBI, James Comey, que tinha conduzido a investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016, foi acusado de falso testemunho perante uma comissão parlamentar.
Pam Bondi recusou-se durante o seu depoimento a responder a uma pergunta do senador democrata Richard Blumenthal, que a questionou se, na véspera da acusação do diretor do antigo diretor do FBI, a ministra tinha discutido com James Comey com o presidente durante um jantar na Casa Branca, foto comprovativa.
Se estas audições no Congresso americano são tradicionalmente uma ocasião para assistir a declarações teatrais por parte dos responsáveis políticos que nelas participam, a de Pam Bondi atingiu um nível de violência e rancor raramente observado. Adoptando um tom combativo, a ministra lançou, nomeadamente, vários ataques pessoais contra os senadores democratas que a interrogavam.
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