De acordo com o Foro Penal, uma organização não-governamental (ONG) de direitos humanos, a Venezuela tem 838 "presos políticos", incluindo líderes políticos, ativistas, defensores dos direitos humanos e estudantes. Cerca de 100 são estrangeiros.
O Vaticano vai canonizar Carmen Rendiles (1903-1977) em Roma no domingo, 19 de outubro, conhecida pelo seu serviço aos necessitados nas paróquias e escolas, e o José Gregorio Hernandez (1864-1919), "o médico dos pobres", figura emblemática da Venezuela, cuja imagem está presente em muitos lares e locais públicos.
"A canonização constitui também uma (...) oportunidade oportuna para as autoridades estatais adotarem medidas de clemência que permitam aos indivíduos presos por motivos políticos recuperar a sua liberdade", frisou a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) numa carta pastoral.
"Acreditamos que, desta forma, a tranquilidade e a harmonia beneficiarão não só as famílias e os entes queridos destas pessoas, mas também toda a sociedade", acrescentou a CEV, que está a preparar uma grande missa em Caracas para celebrar a canonização dos santos.
Este apelo surge no dia seguinte a uma reunião entre a CEV e o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez, cujo conteúdo não foi divulgado.
Várias ONG e defensores dos direitos humanos alertaram nos últimos meses para uma intensificação da repressão sobre ativistas e figuras políticas no país sul-americano.
No final de setembro, uma missão de peritos da ONU alertou que a perseguição política na Venezuela estava a intensificar-se.
O episcopado chamou ainda a atenção para os "discursos e ações belicistas" no contexto do envio de navios de guerra dos EUA para as Caraíbas, que o governo do presidente Nicolás Maduro descreve como uma "ameaça".
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