Tusk declarou hoje, numa conferência de imprensa após uma reunião com a homóloga lituana, Inga Ruginiene, que embora caiba aos tribunais tomar uma decisão, na sua opinião, "não é do interesse da Polónia, da decência e da Justiça acusar ou extraditar este cidadão para um Estado estrangeiro".
Sobre o cidadão ucraniano Volodymyr Z., suspeito de participar na sabotagem do gasoduto Nord Stream, em setembro de 2022, pesava um mandado de captura europeu quando foi detido há uma semana em Pruszkow, perto da capital polaca, Varsóvia.
E na segunda-feira, um tribunal polaco prolongou a sua detenção por mais 40 dias, enquanto prosseguem as investigações sobre um caso que abriu um novo foco de conflito na região, após a invasão russa da Ucrânia, meses antes, em fevereiro.
O chefe de Governo da Polónia aproveitou também a oportunidade para censurar "aqueles que construíram" o Nord Stream 2, o gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do mar Báltico, mas que ainda não entrou em funcionamento como retaliação pela invasão da Ucrânia.
Donald Tusk sublinhou que nenhum Governo polaco aprovou a construção de tais instalações e afirmou que o problema não é o facto de poderem ter sido destruídas, "mas que tenham sido construídas", segundo a Polskie Radio.
"As únicas pessoas que devem ter vergonha e ficar caladas sobre a construção do Nord Stream 2 são aquelas que o construíram", afirmou o primeiro-ministro polaco, sustentando que a Rússia construiu o gasoduto "contra os interesses mais vitais" de toda a região.
As autoridades alemãs afirmam que Volodymyr Z. é um mergulhador experiente, suspeito de fazer parte de um grupo de sabotadores que colocou várias cargas explosivas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, ao largo da costa da Suécia.
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