Quadros, candeeiros, malas de viagem e até loiça de porcelana… Nada está a salvo de Duke, o golden retriever de dez anos, que todos os dias ‘rouba’ um novo objeto inusitado para lhe fazer companhia durante a sesta.
“Todas as noites e sempre que vai dormir, ele vai buscar alguma coisa com que dormir - alguma coisa estranha”, conta a dona, Cathy Hoyt, citada pelo The Washington Post.
Duke está há 18 meses a viver com Cathy e o marido, na sua casa em Richmond, Virginia, nos Estados Unidos, depois de passar por vários outros lares - onde a estadia foi curta.
Quando assinaram os papeis para adotar o animal foram avisados da tendência de Duke para ‘roubar’ itens pela casa… mas a realidade apanhou-os, mesmo assim, desprevenidos.
“Isto apanhou-me completamente de surpresa”, confessou Cathy.
Começou apenas uns dias depois de chegar ao seu novo lar: Duke, do nada, apareceu com um par de óculos para ler na boca, passeando com eles pela casa até se deitar confortavelmente na sua cama.
A partir daí, tornou-se rotina, com Duke a ‘roubar’ objetos cada vez mais inusitados: sinos, revistas, bules de chá, e até um pacote de 12 rolos de papel higiénico - todos levados cuidadosamente para a sua cama, onde os protegia até acordar da sesta.
Veja uma compilação dos assaltos de Duke na nossa galeria.
Primeiro surpreendidos, depressa o casal aceitou a peculiaridade do canino, partilhando-a com amigos e família em pequenos vídeos. Os clipes eram tão engraçados, que foram esses mesmos entes queridos que convenceram Cathy a criar uma conta de Instagram, para que eles pudessem acompanhar de perto os mais recentes assaltos de Duke.
Não demorou muito até o canino conquistar também os internautas. A sua página na rede social já conta com mais de 150 mil seguidores e milhares de visualizações.
Na maior parte dos vídeos, a voz de Cathy aparece no fundo, apelidando o cão carinhosamente por ‘Dukie’ e questionando-o sempre num tom calmo e curioso: “Dukie, doce, o que é que estás a fazer?”, enquanto o cão passeia com um caixote quase maior que ele.
"Estamos a espalhar alegria, especialmente nestes tempos tão negativos”, diz Cathy sobre a conta de Instagram.
“Todas as noites, eu deito-me com o Duke na cama dele e digo-lhe: ‘Sabes quantas pessoas deixaste felizes hoje?’ Ele simplesmente fica a olhar para mim e lambe-me”, aparentemente, entendendo a mensagem.
Cathy garante, em vários destes vídeos, que Duke tem um baú cheio de brinquedos para cão e que todos os dias o leva à rua para o cansar e manter ativo - mas, mesmo assim, o golden retriever não abdica do seu objeto estranho antes de ir para a cama.
“É de loucos. Ele tem um quarto cheio de brinquedos e encontra um bule”, confessa Cathy, que considera que a peculiaridade de Duke se deve ao facto de ter mudado tantas vezes de lar.
Duque passou por quatro casas antes de chegar a Cathy
Primeiro, viveu com um casal que se divorciou. O dono que ficou com ele acabou por morrer pouco depois. De seguida, foi para um membro mais velho da mesma família que acabou por entregar o cão a um canil por não conseguir lidar com os pequenos assaltos (na realidade, um comportamento de proteção de recursos, que se desenvolve em alguns animais). Daí, foi adotado por uma família, que depressa também o devolveu, devido a um incidente em que uma criança tentou tirar o objeto ao Duke e ele respondeu com alguma agressividade.
“Ele não é como nenhum outro cão que eu alguma vez tive”, afirma uma das antigas donas de Duke. Susan Beckam já adotou 12 cães e é voluntária no centro veterinário onde Duke foi deixado. “Ele levou a minha mala do computador, com o computador lá dentro, até ao sofá e deitou-se com ela”, conta.
Cathy e o marido foram alertados para o comportamento de Duke, mas decidiram ir em frente com a adoção mesmo assim. No dia em que assinaram os papeis levaram consigo Gina, uma golden retriever também idosa do casal, para garantirem que ambos se iriam dar bem.
“Eu apaixonei-me pela cara, pela expressão e pela personalidade dele, e o quão amoroso ele foi com a Gina”, conta Cathy. “Há um sentimento que se tem quando o cão é certo para ti… E ele simplesmente parecia que precisava de nós”, confessa.
Cathy admite, no entanto, que os comportamentos de Duke no início foram “surpreendentes”, mas que depressa aprenderam a lidar com os assaltos e que acabaram também por trazer uma pitada de humor à sua casa - que, no fundo, também precisava de Duke. Pouco antes de o adotarem, Charlie, o canino de 12 anos do casal, tinha morrido.
“Foi quase como se ele estivesse a curar o meu coração, porque eu tinha tantas saudades do Charlie, e, enquanto isso, o Duke punha-nos rir. Nunca desistiremos dele, nem num milhão de anos”, garante.
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