Boris Pistorius contradisse assim o chanceler alemão, Friedrich Merz, que afirmou duvidar ser possível alcançar aquele objetivo só com voluntários.
O responsável mostrou-se confiante de que com as cerca de 100.000 pessoas que deverão receber formação no âmbito do futuro serviço militar voluntário até 2029-2030 e a reativação dos reservistas existentes, a Alemanha "pode facilmente" alcançar a reserva necessária.
De acordo com os critérios atuais, essa reserva necessária será composta por 200.000 soldados.
O ministro da Defesa falava no âmbito da terceira conferência técnica sobre infraestruturas, que descreveu como o "terceiro grande pilar" dos planos de crescimento das Forças Armadas.
Pistorius acrescentou que, até ao final deste ano, a Alemanha terá registado um aumento de 29% no recrutamento militar em geral e observou que há também um número crescente de candidaturas e manifestações de interesse, mesmo antes de a futura lei do serviço militar entrar em vigor com todas as suas disposições, particularmente quanto à sua atratividade.
"Então, acho que todos podemos relaxar um pouco, fazer o nosso trabalho e confiar que será suficiente", afirmou.
Na mesma linha, Pistorius sublinhou que, se não for suficiente, haverá uma reação rápida.
"Toda a gente que me conhece sabe que, se eu vir a curva a descer demasiado, no meu próprio interesse, vou mudar rapidamente de rumo e dizer que agora temos de lidar com esta questão. Mas ainda não vejo que tenha chegado a esse ponto, pelo contrário, acho que não vamos precisar de forma nenhuma", sustentou o ministro.
Pistorius lembrou ainda que tanto os conservadores de Merz, como os sociais-democratas do seu partido assinaram um acordo de coligação governamental que previa apostar primeiro no aumento voluntário do número de Forças Armadas alemãs.
"Se não for suficiente, teremos de voltar ao alistamento militar", seja ele total, parcial ou de qualquer outra forma para justificar este aumento, acrescentou.
"Seria realmente uma pena antecipar agora que o aumento baseado na voluntariedade não será suficiente, porque não há indicações de que não vai funcionar", concluiu.
O bloco conservador, composto por democratas-cristãos (CDU) e sociais-democratas cristãos (CSU), duvida que só seja possível chegar a um número suficiente de reservistas com base nos voluntários, pelo que pressiona os parceiros de coligação a reativar o serviço militar obrigatório na Alemanha.
"Sou a favor de fazermos o que acordámos no pacto de coligação, ou seja, voluntários, para já. Mas suponho que não continuará a ser apenas voluntário", disse o chanceler e líder da CDU, Friedrich Merz, no domingo, numa entrevista ao canal público de televisão ARD.
O líder da CSU e chefe do governo regional bávaro, Markus Soder, disse à edição de domingo do jornal Bild que "não há alternativa ao serviço militar obrigatório" porque "meias medidas já não são suficientes".
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