Donald Trump apresentou um plano de paz com 20 pontos, que teve o acordo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, enquanto o Hamas aceitou alguns elementos, mas quer negociar outros.
As negociações estão a decorrer, de forma indireta, no Egito, que tem sido um dos mediadores, a par do Qatar e dos Estados Unidos.
Na madrugada de 07 de outubro de 2023, milícias palestinianas lideradas pelo Hamas atacaram várias localidades e uma multidão de pessoas num festival de música, enquanto eram lançados milhares de foguetes contra Israel, causando cerca de 1.200 mortos, a maioria civis, e 251 reféns.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, líder de um governo de coligação com a extrema-direita e ultraortodoxos religiosos, proclamou que Israel estava em guerra e prometeu aniquilar o Hamas, que responsabilizou pelo pior massacre de judeus depois do Holocausto.
A ofensiva israelita, que começou no mesmo dia, causou até agora mais de 67 mil mortos e 170 mil feridos, segundo o governo do Hamas, que controla Gaza desde 2007. A ONU considera estes dados como fidedignos.
Israel impôs um bloqueio à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano e condicionou o trabalho das organizações internacionais no terreno, nomeadamente da ONU, perante acusações de usar a fome como arma de guerra -- cerca de 460 palestinianos morreram por desnutrição desde o início da guerra, incluindo 154 crianças.
No mês passado, uma comissão independente da ONU concluiu que Israel é responsável pela prática de genocídio em Gaza.
As autoridades israelitas negam ambas as alegações e acusam o Hamas, considerado uma organização terrorista, de usar a população como escudo e infraestruturas civis como instalações militares.
Do lado israelita, um total de 1.152 militares morreu em combate em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano nos últimos dois anos, segundo o Ministério da Defesa.
Enquanto crescem críticas e apelos internacionais para Israel travar as mortes e facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, o Presidente Donald Trump pressiona o Hamas a negociar o acordo de paz, ameaçando o movimento islamita de "aniquilação".
O texto prevê a transferência da administração de Gaza para um órgão palestiniano de tecnocratas independentes, responsável pela gestão dos serviços públicos e municípios e que ficará sob a liderança de um Comité de Paz presidido por Trump e que incluirá também o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
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