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Autoridades moçambicanas estimam que 113 mil deslocados necessitam de apoio

Mais de 113 mil famílias necessitam de apoio das autoridades moçambicanas na província de Cabo Delgado, deslocadas devido aos ataques terroristas, segundo estimativas apresentados hoje pelo Instituto de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Pemba.

Autoridades moçambicanas estimam que 113 mil deslocados necessitam de apoio

© Lusa

Lusa
06/10/2025 16:05 ‧ há 11 horas por Lusa

"Estamos a falar de 113.666 famílias que vão precisar do nosso apoio, em simultâneo com o nosso plano de contingência [da época das chuvas]", hoje o delegado do INGD em Cabo Delgado, Marques Tamadune Naba, durante a reunião do Comité Operativo de Emergência daquele província, estimando a necessidade de apoio para seis meses.

 

O responsável acrescentou que estas famílias deslocadas vão ser assistidas em simultâneo com as vítimas da época chuvosa, que começou este mês e decorre até abril, destacando que os bens alimentares são a prioridade das necessidades de assistência.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, considerou hoje como "atos bárbaros" e contra a "dignidade humana" os ataques terroristas que se registam em Cabo Delgado, província do norte do país.

"Inquietam-nos, particularmente, os atos bárbaros dos terroristas em Cabo Delgado contra os nossos irmãos indefesos e que constituem um atentado à soberania do país, à liberdade do povo moçambicano e à dignidade humana", disse Daniel Chapo, ao discursar em Maputo, na oitava Conferência Nacional Religiosa.

"Moçambique faz parte desta lista de exceções em que todas as religiões se encontram, como estamos hoje (...), para discutirem os desafios das religiões, mas também os desafios do país", reconheceu Chapo, dirigindo-se aos líderes das diferentes confissões religiosas do país, pedindo que o Conselho das Religiões sirva de "plataforma de promoção de valores éticos e morais, bem como de paz, convivência harmoniosa e a convivência em comunhão social entre irmãos moçambicanos".

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito da Mocímboa da Praia.

Já este ano foram registados ataques atribuídos pelas autoridades a estes grupos terroristas nas províncias vizinhas de Niassa, em abril e maio, e de Nampula, na semana passada, com 45 casas incendiadas.

O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) contabiliza 6.257 mortos ao fim de oito anos de ataques terroristas em Cabo Delgado, alertando para a instabilidade atual, com o recrudescimento da violência.

"A situação é bastante instável. Em setembro, o Estado Islâmico de Moçambique (ISM) estava ativo em onze distritos de Cabo Delgado e também cruzou para Nampula no final do mês", disse à Lusa Peter Bofin, investigador da ACLED, a propósito dos oito anos de insurgência armada na região.

Segundo Peter Bofin, investigador sénior desta organização que reúne e analisa dados sobre conflitos violentos e protestos em todo o mundo, desde outubro de 2017 foram registados em Cabo Delgado pelo menos "2.209 eventos de violência", com "6.257 mortes relatadas", sendo pelo menos 2.631 civis.

As agências das Nações Unidas relataram que quase 22 mil pessoas fugiram de três distritos de Cabo Delgado, incluindo Mocímboa da Praia, de 19 a 26 de setembro, devido ao recrudescimento dos ataques, que em oito anos já provocaram mais de um milhão de deslocados, segundo estimativas oficiais.

No final de julho, os ataques, incluindo a destruição de dezenas de igrejas católicas, provocaram mais de 57 mil deslocados no sul da província de Cabo Delgado, que fugiram para a sede do distrito de Chiúre.

Leia Também: Cabo Delgado precisa de um milhão de euros para mitigar época chuvosa

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