Procurar

Líder da Renamo quer "reformas profundas" com diálogo político em Moçambique

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) pediu hoje "reformas profundas" na lei eleitoral, administração pública e Justiça, através do diálogo político em curso no país, pedindo que ninguém seja excluído do processo. 

Líder da Renamo quer "reformas profundas" com diálogo político em Moçambique

© Lusa

Lusa
06/10/2025 14:20 ‧ há 4 horas por Lusa

"Estamos a falar da lei eleitoral, estamos a falar da administração pública, estamos a falar da administração da Justiça. Todos os problemas que afetam o nosso povo, o nosso país, terão que ser resolvidos através desse trabalho que estamos hoje a iniciar na província de Manica", disse o presidente da Renamo, Ossufo Momade, em declarações aos jornalistas, durante a auscultação pública nacional no âmbito do diálogo político para reformas estatais.

 

O político, que falava na província de Manica, no centro de Moçambique, disse que espera ver o processo a avançar para que se resolvam os problemas do país, referindo que "ninguém pode ficar de fora".

"Nós queremos umas reformas mais aprofundadas e queremos ver os problemas do país a serem resolvidos. Como sabeis, temos problemas na educação, temos problemas na saúde, temos problemas sociais e o que nós queremos é que os moçambicanos trabalhem juntos. Neste momento ninguém pode ficar de fora", disse o líder da Renamo.

No domingo, o partido Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamola), do político moçambicano Venâncio Mondlane, voltou a criticar a falta de integração na comissão técnica do diálogo político em curso em Moçambique e anunciou uma auscultação paralela.

Em 10 de setembro, Mondlane esclareceu que o partido quer fazer parte da comissão técnica do diálogo político em curso em Moçambique, após o chefe de Estado descartar cartas e requerimentos para este integrar o processo.

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, promulgou em abril a lei relativa ao Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, aprovada dias antes no parlamento, com base no acordo com os partidos políticos, assinado em 05 de março, para ultrapassar a violência e agitação social que se seguiu às eleições gerais de outubro.

O acordo para pacificação de Moçambique envolveu a criação da Comissão Técnica para o Diálogo Nacional, que vai tratar, em dois anos, da definição de forças de segurança republicanas e apartidárias, de um novo modelo eleitoral, da revisão da Constituição da República, da reconciliação, unidade nacional e descentralização governativa.

A fase de auscultação pública ao nível das províncias e da diáspora do diálogo nacional inclusivo arranca hoje, tendo a Presidência da República anunciado que "serão criadas brigadas que irão trabalhar em todas as províncias, em todos os distritos e na diáspora, com vista a ouvir, a auscultar e a criar espaço para que todas as pessoas (singulares e coletivas) possam participar".

Moçambique viveu desde as eleições de 09 de outubro de 2024 um clima de agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, no poder, e empossado como quinto Presidente do país.

Ossufo Momade assumiu a presidência da Renamo em janeiro de 2019, após a morte de Afonso Dhlakama (1953 --2018), e foi reeleito para o cargo em maio de 2024, num processo fortemente contestado internamente.

O líder daquela formação política foi candidato presidencial nas eleições de outubro de 2024, obtendo 6% dos votos, o pior resultado de um candidato apoiado pelo partido, principal força de oposição em Moçambique desde as primeiras eleições em 1994.

A Renamo perdeu o estatuto da segunda força política mais votada nas eleições gerais de 09 de outubro de 2024, passando de 60 deputados, nas legislativas de 2019, para 28. Desde então, cresceu uma onda de contestação ao atual líder do partido, com ex-guerrilheiros a encerrar sedes e delegações, com exigências de realização de um Conselho Nacional daquela formação política.

Leia Também: Antigos guerrilheiros da moçambicana Renamo voltam a exigir saída de Momade

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10