Em comunicado hoje divulgado, a presidente do CICV, Mirjana Spoljaric, assegurou que a organização também se encontra pronta para facilitar a entrada e a distribuição de ajuda humanitária em Gaza a civis "em necessidade extrema", caso as partes o autorizem.
"Um cessar-fogo duradouro é fundamental para salvar vidas e quebrar a espiral de morte e destruição", defendeu Spoljaric.
O CICV recorda que, desde o início da atual onda de violência desencadeada a 07 de outubro de 2023 pelo grupo islamita, já mediou a libertação de 148 reféns e a devolução de 1.931 detidos, números que evidenciam o papel recorrente da organização na negociação e execução de trocas humanitárias entre as partes.
A possibilidade de mediação surge no âmbito do plano de paz recentemente promovido pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exige a entrega de todos os reféns --- vivos e mortos --- mantidos pelo Hamas.
Segundo o texto do plano, depois da libertação dos reféns Israel comprometer-se-ia a libertar 250 condenados à prisão perpétua e mais de 1.700 residentes de Gaza detidos desde 07 de outubro de 2023, bem como a entregar restos mortais numa proporção de 15 corpos de residentes de Gaza por cada corpo recuperado.
Spoljaric advertiu, contudo, que todos estes passos dependem da vontade política das partes e que os avanços ficam sujeitos a uma qualquer forma de acordo.
"Estamos prontos a contribuir com a nossa experiência e com os nossos meios, mas só podemos agir se houver um quadro seguro e acordado, e se as partes aceitarem a participação de um mediador neutro", afirmou a responsável.
O comunicado do CICV sublinha ainda a prioridade de "preservar a vida humana e a dignidade" e apela a que quaisquer negociações se foquem na proteção imediata dos civis e na rápida entrega de ajuda básica (alimentos, água, medicamentos e combustível) a populações vulneráveis em Gaza.
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