Procurar

PR de Moçambique considera "bárbaros" os ataques em Cabo Delgado

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, considerou hoje como "atos bárbaros" e contra a "dignidade humana" os ataques terroristas que se registam em Cabo Delgado, província do norte do país.

PR de Moçambique considera "bárbaros" os ataques em Cabo Delgado

© Lusa

Lusa
06/10/2025 11:20 ‧ há 1 dia por Lusa

"Inquietam-nos, particularmente, os atos bárbaros dos terroristas em Cabo Delgado contra os nossos irmãos indefesos e que constituem um atentado à soberania do país, à liberdade do povo moçambicano e à dignidade humana", disse Daniel Chapo, ao discursar em Maputo, na oitava Conferência Nacional Religiosa.

 

"Moçambique faz parte desta lista de exceções em que todas as religiões se encontram, como estamos hoje (...), para discutirem os desafios das religiões, mas também os desafios do país", reconheceu Chapo, dirigindo-se aos líderes das diferentes confissões religiosas do país, pedindo que o Conselho das Religiões sirva de "plataforma de promoção de valores éticos e morais, bem como de paz, convivência harmoniosa e a convivência em comunhão social entre irmãos moçambicanos".

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito da Mocímboa da Praia.

Já este ano foram registados ataques atribuídos pelas autoridades a estes grupos terroristas nas províncias vizinhas de Niassa, em abril e maio, e de Nampula, na semana passada, com 45 casas incendiadas.

O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) contabiliza 6.257 mortos ao fim de oito anos de ataques terroristas em Cabo Delgado, alertando para a instabilidade atual, com o recrudescimento da violência.

"A situação é bastante instável. Em setembro, o Estado Islâmico de Moçambique (ISM) estava ativo em onze distritos de Cabo Delgado e também cruzou para Nampula no final do mês", disse à Lusa Peter Bofin, investigador da ACLED, a propósito dos oito anos de insurgência armada na região.

Segundo Peter Bofin, investigador sénior desta organização que reúne e analisa dados sobre conflitos violentos e protestos em todo o mundo, desde outubro de 2017 foram registados em Cabo Delgado pelo menos "2.209 eventos de violência", com "6.257 mortes relatadas", sendo pelo menos 2.631 civis.

"Ao contrário de 2021, quando atacou Palma, o grupo agora opera em pequenas células muito móveis. Isso permite que eles atuem em grande parte da província, um padrão que sobrecarrega os recursos das forças de segurança, embora provavelmente haja menos de 400 combatentes do ISM", disse o investigador.

As agências das Nações Unidas relataram que quase 22 mil pessoas fugiram de três distritos de Cabo Delgado, incluindo Mocímboa da Praia, de 19 a 26 de setembro, devido ao recrudescimento dos ataques, que em oito anos já provocaram mais de um milhão de deslocados, segundo estimativas oficiais.

No final de julho, os ataques, incluindo a destruição de dezenas de igrejas católicas, provocaram mais de 57 mil deslocados no sul da província de Cabo Delgado, que fugiram para a sede do distrito de Chiúre.

Leia Também: Acesso à saúde extremamente frágil após oito anos de violência em Cabo Delgado

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10