O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol confirmou que chegam esta segunda-feira a Espanha mais 28 dos ativistas que estavam na Flotilha Humanitária intercetada na semana passada pelas forças de Israel.
O ministro José Manuel Albares anunciou, esta manhã, que os 28 espanhóis que ainda estão retidos em Israel regressarão hoje a casa, depois de um primeiro grupo, com 21 cidadãos, ter chegado ontem a Espanha.
O anúncio foi feito em entrevista à Rádio Catalunha onde o chefe da diplomacia espanhola afirmou que "se não houver mudanças de última hora" os ativistas chegarão esta segunda-feira ao seu destino.
Entre sábado e domingo, foram deportados cerca de 170 ativistas que integravam a Flotilha Global Sumud, a maioria para Istambul, mas também em voos para Itália e Espanha.
No voo para Espanha, que aterrou hoje à noite em Madrid, seguiam 21 espanhóis, além de quatro ativistas dos Países Baixos e os quatros ativistas portugueses, que entretanto já chegaram a Portugal.
Na chegada a Madrid, os 29 elementos da flotilha apareceram de camisas brancas e de punho erguido, fazendo com gestos o símbolo da vitória, tendo os espanhóis sido recebidos no terminal por familiares e amigos que os esperavam.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol admitiu ter pagado os bilhetes de avião dos 21 espanhóis para "agilizar a sua saída" de Israel.
O Governo israelita tem condenado repetidamente iniciativas como a da flotilha, acusando os ativistas de serem apoiados pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, visitou os ativistas no porto de Ashdod, chamou-lhes "terroristas" e "apoiantes do terrorismo", instando o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a mantê-los "durante alguns meses" presos, em vez de proceder à sua deportação.
A guerra declarada por Israel a 07 de outubro de 2023 em Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas -- horas após um ataque a território israelita com cerca de 1.200 mortos e 251 reféns - fez, até agora, mais de 66.000 mortos e pelo menos 170.000 feridos, na maioria civis, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
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