"Apoiamos sempre qualquer iniciativa que envolva o fim da limpeza étnica, dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade em Gaza", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, num comunicado divulgado na noite de domingo.
O ministério recordou a "responsabilidade legal e moral" da comunidade internacional para pôr fim ao "genocídio em curso" em Gaza e sublinhou que qualquer decisão sobre um eventual cessar-fogo ou sobre os termos de um acordo deve ser tomada pelo "povo e pela resistência palestiniana", o movimento islamita Hamas.
No entanto, afirmou, "o acordo só será válido se conduzir ao fim do genocídio, ao respeito pelo direito à autodeterminação do povo palestiniano e ao levantamento total do bloqueio" à Faixa de Gaza.
O grupo Hamas - aliado do Irão no chamado "Eixo da Resistência" da aliança anti-israelita, que inclui também o Hezbollah libanês e os Huthis do Iémen - aceitou na sexta-feira o plano do Presidente dos EUA, Donald Trump, para a paz em Gaza, que consiste em libertar todos os reféns israelitas se o Governo de Israel deixar de bombardear o enclave costeiro palestiniano.
O Irão sublinhou que a cessação dos ataques "não isenta" os Estados e as instituições internacionais da obrigação de "investigar e processar os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade" cometidos por Israel em Gaza.
Teerão manifestou ainda esperança de que sejam abertos corredores seguros para a entrega imediata de ajuda humanitária aos habitantes de Gaza e reiterou a disponibilidade para participar nos esforços de assistência internacional.
O Presidente dos EUA anunciou no domingo que a primeira fase do plano para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza e definir o futuro do enclave palestiniano "deverá estar concluída" esta semana.
As equipas de negociação de Israel e do Hamas, juntamente com mediadores, deverão reunir-se hoje no Egito para finalizar e clarificar os detalhes do acordo.
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