Num discurso no Zócalo, a principal praça pública do país, na capital mexicana, a presidente de esquerda defendeu que implementou um plano "baseado na confiança do povo e no princípio de que os direitos sociais são os alicerces do bem-estar", ao detalhar as medidas executadas em prol, nomeadamente, dos reformados, estudantes, crianças ou agricultores.
Claudia Sheinbaum, a primeira mulher Presidente do México, também se declarou "confiante" em chegar a "um bom acordo" com os Estados Unidos, destino de mais de 80% das exportações mexicanas.
O Canadá e o México desejam que o acordo de livre comércio que os liga atualmente aos Estados Unidos, e que será reavaliado no próximo ano, seja "mais equitativo e eficaz".
O comércio com os Estados Unidos é essencial para a economia mexicana e para o financiamento da ambiciosa agenda social de Claudia Sheinbaum.
A chefe de Estado goza de uma popularidade intacta, com mais de 70% dos mexicanos satisfeitos, de acordo com três sondagens publicadas esta semana, que atribuem esse apoio aos programas de pensões e outras ajudas sociais, cujo montante total ronda os 54,3 mil milhões de dólares (cerca de 46,3 mil milhões de euros) este ano, ou seja, cerca de 12% do orçamento nacional. Está previsto um montante semelhante para 2026.
Ariadna Sánchez, arquiteta de 35 anos, chegou três horas antes do início do evento para garantir o seu lugar e contou à agência de notícias France-Presse (AFP) que veio para agradecer por todas as oportunidades, tanto a nível profissional como pessoal.
"As pessoas que não tinham acesso a certas coisas agora têm essa possibilidade", disse, sorrindo.
No entanto, as sondagens mostram como pontos fracos da Presidente a luta contra o crime organizado e a gestão económica.
A segunda maior economia da América Latina, depois do Brasil, terá um crescimento de apenas 0,5% este ano e de 1,4% em 2026, de acordo com o Banco Central do México.
O desempenho atual da economia mexicana é marcado, entre outros fatores, por "contas orçamentais mais apertadas e um setor externo vulnerável", disse à AFP Gerónimo Ugarte, economista da Valmex.
A estes desafios acresce a diminuição das receitas provenientes das transferências de fundos de cidadãos mexicanos, principalmente dos Estados Unidos.
Em agosto, registaram o quinto mês consecutivo de queda, no contexto da política agressiva de expulsões levada a cabo pela administração Trump. No ano passado, atingiram 64,7 mil milhões de dólares (cerca de 55,2 mil milhões de euros), ou seja, 3,7% do PIB do país.
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