"Hoje, Gaza representa a nação com aquilo que oferece e sacrifica, e o melhor que sacrifica é a si própria", afirmou Khalil al-Hayya num vídeo divulgado pela Al-Arabi, citado pela agência de notícias EFE.
"Pedimos a Deus Todo-Poderoso que conceda paciência, conforto e tranquilidade ao nosso povo, que derrote o nosso inimigo e volte os seus planos contra eles próprios, pela vontade de Deus Todo-Poderoso", declarou.
Khalil al-Hayya falou ao canal do Qatar sobre este momento crítico para as negociações, nas quais Israel e o Hamas vão manter conversações indiretas no Cairo, no Egito, sobre o plano de paz para Gaza do Presidente norte-americano, Donald Trump.
No entanto, o negociador do Hamas não fez qualquer referência direta à proposta de Trump no seu discurso [cuja data de gravação é desconhecida], concentrando-se em lamentar o ataque à delegação negocial em Doha.
Em 09 de setembro, Israel atacou um edifício residencial em Doha com a intenção de matar a delegação de negociadores do Hamas, que discutia a proposta dos EUA para o acordo de cessar-fogo [que Israel aceitou], resultando na morte de cinco membros do grupo palestiniano, incluindo o filho de Al-Hayya.
Tanto a delegação do Hamas como a do Qatar, o Estado mediador nas negociações ao lado dos Estados Unidos e do Egito, deverão chegar ao Cairo na segunda-feira para participarem nas conversações, de acordo com a televisão catariana Al-Jazeera.
O enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, viajou este sábado para o Egito para participar nas negociações.
O plano de 20 pontos apresentado na segunda-feira, na Casa Branca, por Trump e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, propõe o fim imediato da guerra, a libertação dos reféns do Hamas e a formação de um governo de transição para Gaza, a ser supervisionado pelo Presidente dos EUA e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Este roteiro contempla ainda a desmilitarização da Faixa de Gaza e a possibilidade de negociar um Estado palestiniano no futuro, algo que o primeiro-ministro israelita já rejeitou.
Embora o Hamas tenha concordado em libertar os reféns, solicitou negociações sobre alguns pontos do acordo.
O momento da retirada das tropas israelitas e onde o exército israelita manterá a sua presença após a sua retirada sempre foram um ponto de discórdia durante as negociações entre as partes.
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