De acordo com a agência noticiosa oficial da Coreia do Norte, a KCNA, a revelação aconteceu no sábado, num discurso proferido na abertura de uma exposição de armas em Pyongyang, mas Kim não divulgou detalhes sobre os "meios especiais".
"A aliança nuclear entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul está a progredir rapidamente, e estão a conduzir vários tipos de exercícios para testar cenários perigosos", disse o líder norte-coreano.
"À medida que os militares norte-americanos reforçam o seu arsenal na região da Coreia do Sul, as nossas preocupações estratégicas com esta região também se intensificam e, por conseguinte, alocamos os nossos recursos especiais a alvos-chave", disse Kim.
O líder da Coreia do Norte garantiu que estava a "acompanhar de perto" os desenvolvimentos militares do outro lado da fronteira.
"O inimigo (...) terá de se preocupar com as mudanças no seu ambiente de segurança", afirmou.
Fotos divulgadas pela KCNA mostram Kim a caminhar em frente a armas, incluindo um míssil, rodeado por generais norte-coreanos num centro de exposições.
Em 22 de setembro, o líder norte-coreano declarou-se disposto a retomar o diálogo com os Estados Unidos se estes deixarem de exigir que Pyongyang abandone o programa de armas nucleares.
"Se os Estados Unidos abandonarem a sua obsessão delirante pela desnuclearização e, reconhecendo a realidade, desejarem verdadeiramente coexistir pacificamente connosco, então não há razão para que não possamos sentar-nos à mesa com eles", afirmou Kim.
"Tenho boas recordações do atual Presidente norte-americano, Donald Trump", acrescentou.
A Coreia do Norte realizou seis testes nucleares entre 2006 e 2017 e, desde então, continuou a desenvolver o seu arsenal, apesar das pesadas sanções internacionais.
Pyongyang justifica o seu programa nuclear militar com as ameaças de que afirma ser alvo por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados, entre os quais a Coreia do Sul.
Em janeiro, Kim Jong-un afirmou que tal programa prosseguiria "indefinidamente".
Donald Trump, que teve uma rara série de encontros com Kim durante o seu primeiro mandato na Casa Branca (2017-2021), mostrou-se disposto, desde que regressou ao poder, em janeiro deste ano, a retomar o contacto com o líder norte-coreano, a quem descreveu como "um tipo inteligente".
Os dois homens reuniram-se pela primeira vez numa cimeira histórica em junho de 2018, em Singapura; pela segunda vez em Hanói, no Vietname, em fevereiro de 2019; e, pela última vez, na fronteira entre as duas Coreias, em junho de 2019.
Tais encontros não resultaram em qualquer avanço em relação a uma possível desnuclearização da Coreia do Norte.
Leia Também: Navegação aérea? Aviação Internacional condena Rússia e a Coreia do Norte