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Europa "tem de dizer basta" e ajudar Ucrânia a derrotar Rússia

O ex-comandante do exército dos EUA na Europa Ben Hodges defende que os líderes europeus têm de "dizer basta" à guerra na Ucrânia, alertando que a Rússia vai explorar a "falta de atenção" dos Estados Unidos da América (EUA).

Europa "tem de dizer basta" e ajudar Ucrânia a derrotar Rússia

© Getty Images

Lusa
04/10/2025 10:17 ‧ há 16 horas por Lusa

Mundo

Ben Hodges

"Digo a todos os meus amigos europeus que têm de estar preparados, porque a Rússia vai explorar a ausência ou a falta de atenção dos Estados Unidos da América [EUA]", afirmou, em entrevista à Lusa, no âmbito do Fórum La Toja - Vínculo Atlântico, que hoje termina na ilha de La Toja, na Galiza, Espanha.

 

Para Hodges, que comandou o exército dos EUA na Europa entre 2014 e 2018, "os líderes têm de dizer basta" à guerra na Ucrânia.

"Vamos parar com isto. É do nosso interesse que a Ucrânia derrote a Rússia. Por isso, vamos dar-lhes tudo o que precisam, apoio económico, militar, as nossas armas, munições, etc", defendeu.

Outra estratégia é "quebrar a atividade de exportação de petróleo da Rússia".

"Se a Rússia não puder exportar petróleo, não pode continuar a lutar. Ponto final", assegurou.

A Europa pode também "utilizar os ativos russos congelados".

"Penso que a Presidente da Comissão Europeia apresentou um plano muito bom para utilizar estes bens, estes ativos, para pagar a ajuda à reconstrução da Ucrânia", elogiou.

Hodges considera que há ferramentas ainda não utilizadas para travar o conflito, ao passo que os EUA, mais do que ajudar, "deviam estar a liderar este processo".

"Isto é um erro enorme da nossa parte [EUA]. Porque eventualmente, a Europa vai juntar-se e vai resolver", antecipou.

Depois, a Europa "vai descobrir que já não precisa dos EUA" e isso "vai prejudicar a indústria de defesa" americana.

"Isso vai prejudicar a nossa credibilidade. E talvez levar os países europeus a pensar porque é que devem deixar que os EUA tenham uma base em Ramstein [Alemanha]. Os EUA estão a prejudicar-se por não estarem mais envolvidos", avisou.

Acresce que "a China está a observar" e "a pensar que os EUA não estão muito interessados em proteger a soberania".

"Ou que os EUA não trabalham bem com todos os seus aliados. Estas vulnerabilidades podem ser exploradas pela China", referiu.

A Europa pode ganhar com tudo isto, "mas é preciso vontade política e a nossa liderança civil para explicar o que está em jogo".

"Os Estados Unidos sempre foram um aliado. E espero que sejamos sempre um aliado, porque precisamos da Europa. Os Estados Unidos, com o nosso enorme orçamento de defesa, ainda não têm Exército, Marinha, Força Aérea e serviços secretos suficientes para fazer tudo o que é necessário para defender os nossos interesses", garantiu.

Daí a necessidade de aliados, "e os melhores vêm da Europa, do Canadá, da Austrália", acrescentou

"Espero que consigamos sair desta situação, mas penso que vai demorar algum tempo. Sou normalmente muito otimista, mas estou muito preocupado com a situação em que nos encontramos", observou.

Defendendo a NATO como "essencial" e uma "estrutura de sucesso", Hodges admitiu existirem atualmente dúvidas "sobre o compromisso americano ou sobre o que fará o presidente Trump".

"Isso é lamentável e perigoso", lamenta.

Se os russos "perceberem que os EUA não são fiáveis, então o risco de tomarem uma decisão terrível aumenta", avisa.

Ao mesmo tempo, se os outros países sentem "que não podem contar com os EUA, isso afeta as suas decisões".

"Espero que o Presidente Trump venha a público e deixe bem claro que, mesmo que esteja descontente com os países europeus por qualquer motivo, é do interesse dos EUA que a NATO seja bem sucedida", observou.

Hodges não acredita que os EUA enviem mísseis Tomahawk para Kyiv, mas considera "boas notícias" que a administração Trump admita que a Ucrânia recupere parte do território conquistado pela Rússia.

Contudo, "há declarações e depois há ações".

"Estou à espera de ver se há uma ação real que leve a Rússia a mudar de ideias sobre a sua guerra na Ucrânia", disse.

Leia Também: AIEA negoceia com Rússia e Ucrânia para restabelecer eletricidade

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