"O povo dos Estados Unidos está bem ciente de que o que se pretende contra a Venezuela é uma agressão armada para impor uma mudança de regime, impor governos fantoches e roubar o seu petróleo, gás, ouro e todos os seus recursos naturais", disse Nicolás Maduro, na sexta-feira.
O chefe de Estado afirmou que o país "nunca se humilhará perante nenhum império, independentemente do seu poder, independentemente do seu nome" e prometeu "uma lição moral, ética e política a este império [Estados Unidos] nos próximos anos".
Em declarações transmitidas pela televisão estatal venezuelana VTV, Maduro indicou que a Venezuela tem "o direito à paz, à soberania, à sua existência, e nenhum império neste mundo lhe tirará isso".
"Se for necessário passar de formas de luta desarmadas para formas de luta armadas, este povo fá-lo-á pela paz", reiterou o presidente.
Maduro falava numa conferência internacional, contra o "colonialismo, o neocolonialismo e a expropriação territorial", em que estiveram presentes 137 delegados de 59 países.
No mesmo evento, a vice-presidente da Venezuela Delcy Rodríguez indicou que o Governo da vizinha Guiana "abriu as portas ao invasor norte-americano, à agressão militarista" na região.
Nicolás Maduro "fez muitos telefonemas para o Secretário-Geral das Nações Unidas [António Guterres], desde 2015, 2016, 2017 e até este ano", afirmou Rodríguez, sem apresentar provas ou fornecer mais pormenores.
A vice-presidente disse que Maduro "alertou para a importância do financiamento da ExxonMobil", uma petrolífera norte-americana, "ao Governo da Guiana para fomentar a agressão militar, uma agressão bélica dos Estados Unidos não só contra a Venezuela, mas também no nosso mar das Caraíbas".
A Venezuela relançou as reivindicações sobre o território de Essequibo, controlado pela Guiana, em 2019, após a descoberta de novas reservas de petróleo e minerais.
Horas antes, a Venezuela denunciou perante o Conselho de Segurança da ONU, presidido este mês pela aliada Rússia, a "incursão ilegal de caças norte-americanos" a cerca de 75 quilómetros da costa venezuelana.
Washington enviou pelo menos oito navios de guerra e um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear, além de mais de 4.500 soldados, para as Caraíbas.
Além disso, enviou caças F-35B de última geração para Porto Rico.
As Forças Armadas dos Estados Unidos destruíram na sexta-feira mais uma embarcação de alegado tráfico de droga ao largo da costa da Venezuela, matando quatro pessoas, no quinto ataque do género desde o início de setembro.
Leia Também: Maduro assina estado de emergência em resposta a ameaças de Trump