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Talibãs celebram quarto aniversário do regresso ao poder no Afeganistão

Os governantes talibãs do Afeganistão celebraram hoje o quarto aniversário do seu regresso ao poder, comemorado em agosto, com helicópteros do Ministério da Defesa a lançar flores do ar sobre as multidões.

Talibãs celebram quarto aniversário do regresso ao poder no Afeganistão

© MARCUS YAM / LOS ANGELES TIMES

Lusa
03/10/2025 23:45 ‧ há 7 horas por Lusa

Cerca de 10.000 pessoas reuniram-se hoje na capital do país, Cabul, em seis locais diferentes, para assistir à "chuva de flores".

 

Os talibãs tomaram o controlo do poder no Afeganistão a 15 de agosto de 2021, enquanto os EUA e a NATO retiravam as suas forças, ao fim de duas décadas de guerra.

Desde então, impuseram a sua interpretação da lei islâmica na vida quotidiana, incluindo restrições severas a mulheres e meninas, baseadas em editos do seu líder Hibatullah Akhundzada.

O programa do aniversário também incluiu discursos de membros chave do Governo. Já uma apresentação desportiva ao ar livre, inicialmente prevista para contar com atletas afegãos, não se realizou.

Mas Membros do Movimento Unido das Mulheres Afegãs pela Liberdade realizaram uma manifestação hoje, na província de Takhar, no nordeste do país, contra o regime talibã.

"Este dia marcou o início de uma dominação negra, que excluiu as mulheres do trabalho, da educação e da vida social", disse o movimento em comunicado partilhado com a agência de notícias Associated Press.

"Nós, as mulheres que protestam, lembramos este dia não como uma memória, mas como uma ferida aberta da história, uma ferida que ainda não cicatrizou. A queda do Afeganistão não foi a queda da nossa vontade. Estamos de pé, mesmo na escuridão", lê-se na nota.

 Grupos de direitos humanos, governos estrangeiros e a ONU condenaram os Talibãs pelo tratamento dado às mulheres e meninas, que são impedidas de estudar além da sexta classe, de ter muitos empregos e de frequentar alguns espaços públicos. Na capital paquistanesa, Islamabad, também houve alguns protestos, com mulheres afegãs segurando cartazes que diziam: "Perdoar o Talibã é um ato de inimizade contra a humanidade" e "15 de agosto é um dia sombrio".

O líder talibã avisou que Deus iria punir severamente os afegãos que fossem ingratos pelo domínio islâmico no país, de acordo com um comunicado.

Akhundzada, que raramente é visto em público, disse em comunicado que os afegãos suportaram dificuldades e fizeram sacrifícios durante quase 50 anos para que a lei islâmica, ou Sharia, pudesse ser estabelecida. A Sharia salvou as pessoas da "corrupção, opressão, usurpação, drogas, roubo, assalto e pilhagem".

 "Estas são grandes bênçãos divinas que o nosso povo não deve esquecer e, durante a comemoração do Dia da Vitória (15 de agosto), demonstrar grande gratidão a Allah Todo-Poderoso para que as bênçãos aumentem", afirmou Akhundzada em comentários partilhados na rede social X.

"Se, contra a vontade de Deus, falharmos em expressar gratidão pelas bênçãos e mostrarmos ingratidão por elas, estaremos sujeitos à severa punição de Allah Todo-Poderoso," acrescentou.

Os membros do seu governo fizeram discursos a enumerar os feitos da administração talibã e destacando o progresso diplomático.

Entre os que falaram estavam o Ministro dos Negócios Estrangeiros Amir Khan Muttaqi e o Ministro do Interior Sirajuddin Haqqani.

No início de agosto, numa reunião do governo em Kandahar, Akhundzada disse que a estabilidade do executivo talibã baseava-se na aquisição de conhecimento religioso, incentivando a promoção da consciência religiosa, e desincentivando a conduta imoral, a proteção dos cidadãos contra ideologias prejudiciais e a instrução dos afegãos em assuntos de fé e crença, de acordo com uma declaração partilhada pelo porta-voz do governo, Hamdullah Fitrat.

Akhundzada ordenou à Prefeitura de Cabul a construção de mais mesquitas, e houve um foco geral na identificação de meios para "consolidar e fortalecer ainda mais" o governo islâmico, disse Fitrat.

As comemorações deste ano foram mais discretas do que as do ano passado, quando os Talibãs realizaram um desfile militar numa base aérea dos EUA, suscitando a indignação do Presidente Donald Trump em relação ao equipamento americano abandonado em exibição.

O país também é afetado por uma crise humanitária agravada pelas alterações climáticas, milhões de afegãos expulsos do Irão e do Paquistão, e uma forte queda no financiamento de doadores.

Leia Também: Talibãs mantêm-se em silêncio sobre apagão das telecomunicações

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