"O secretário-geral congratula-se e sente-se encorajado pela declaração emitida pelo Hamas, anunciando a sua disponibilidade para libertar reféns e empenhar-se com base na recente proposta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", escreveu o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
O movimento islamita palestiniano Hamas afirmou hoje aceitar alguns elementos do plano de paz do Presidente norte-americano, incluindo a libertação dos restantes reféns, mas quer negociar outros pontos.
Em comunicado, o Hamas afirmou estar disposto a libertar reféns de acordo com a "fórmula" do plano, que prevê a libertação dos restantes indivíduos capturados pelo movimento no ataque a Israel há dois anos, e reiterou a sua já expressa abertura à transferência do poder para um órgão palestiniano politicamente independente.
O movimento acrescentou estar pronto para negociações imediatas para discutir os "detalhes" da libertação dos reféns, vivos e cadáveres.
Nesse sentido, Guterres instou todas as partes a aproveitarem a oportunidade para pôr fim ao trágico conflito em Gaza e agradeceu ainda "ao Qatar e ao Egito pelo seu inestimável trabalho de mediação".
"O secretário-geral reitera o seu apelo consistente a um cessar-fogo imediato e permanente, à libertação imediata e incondicional de todos os reféns e ao acesso humanitário irrestrito", diz o comunicado.
As Nações Unidas apoiarão todos os esforços em direção à paz, de forma a "evitar ainda mais sofrimento", conclui a nota.
Face à declaração do Hamas, Donald Trump afirmou hoje que Israel deve "interromper imediatamente" os ataques a Gaza.
"Com base na declaração recentemente emitida pelo Hamas, acredito que estão prontos para uma PAZ duradoura", publicou Trump na rede social Truth, após o movimento palestiniano aceitar partes, mas não a totalidade, do plano proposto pelo Presidente norte-americano.
"Israel deve interromper imediatamente o bombardeamento de Gaza, para que possamos resgatar os reféns de forma segura e rápida!", adiantou.
Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, cerca de 40 dos quais continuam em cativeiro.
A guerra na Faixa de Gaza fez dezenas de milhares de mortos, de acordo com números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos, e um desastre humanitário que tem forçado cerca de dois milhões de residentes a deslocarem-se repetidamente dentro do enclave.
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