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Pai condenado a perpétua por matar filho bebé em hospital em Inglaterra

O bebé nasceu prematuro, com 33 semanas e apenas 1,83 quilogramas, e morreu 14 dias depois, após ter sido violentamente agredido pelo pai. Sofreu "múltiplas lesões na parte frontal da cabeça e rosto, queixo, nariz, olhos e bochecha, no crânio, pescoço, tronco, mão esquerda, pernas e pés".

Pai condenado a perpétua por matar filho bebé em hospital em Inglaterra

© Avon and Somerset Police/X

Márcia Guímaro Rodrigues
03/10/2025 19:45 ‧ há 2 horas por Márcia Guímaro Rodrigues

Um homem de 27 anos foi condenado a prisão perpétua, com pena mínima de 20 anos, pelo homicídio do filho de apenas 14 dias numa unidade de cuidados especiais para recém-nascidos no Hospital Distrital de Yeovil, em Somerset, Inglaterra.

 

Segundo a Sky News, o bebé, Brendon Staddon, nasceu prematuro, com 33 semanas e apenas 1,83 quilogramas, e morreu no dia 5 de março de 2024 após ter sido violentamente agredido pelo pai, Daniel Gunter.

"Não havia nenhuma parte do corpo de Brendon que tivesse ficado ilesa no ataque brutal", adiantou um detetive que trabalhou no caso à estação britânica. 

Durante o julgamento, que decorreu ao longo de três semanas no Tribunal da Coroa de Bristol, o juiz afirmou que o bebé "sofreu múltiplas lesões na parte frontal da cabeça e rosto, queixo, nariz, olhos e bochecha, no crânio, pescoço, tronco, mão esquerda, pernas e pés — fraturas causadas por torção e puxões — e hemorragia interna significativa".

"Em termos simples, uma força muito severa foi exercida sobre Brendon. O seu crânio foi esmagado e o pescoço quebrado", acrescentou.

Segundo explicou o juiz, "uma das formas pelas quais estas lesões poderiam ter ocorrido seria se Brendon tivesse sido segurado pelas pernas e balançado com força, fazendo com que a sua cabeça e pescoço se movessem excessivamente e a sua cabeça batesse várias vezes num objeto ou superfície".

O caso remonta à madrugada de 5 de março de 2024, quando uma equipa de profissionais de saúde encontraram o bebé gravemente ferido num braço, após a mãe, Sophie Staddon, de 21 anos, ter dito às enfermeiras que o menino estava com frio. 

O bebé ainda foi levado para a área de reanimação, mas não respondeu ao tratamento e foi declarado morto às 4h59.

Enquanto os médicos tentavam a vida da criança, os pais saíram do hospital para ir fumar e acabaram por ser detidos pouco tempo depois. 

Os seus pais, que deixaram a unidade para fumar fora do hospital enquanto os médicos e enfermeiros tratavam do seu filho, foram presos pouco tempo depois. A mãe do bebé ainda foi julgada por cumplicidade, mas acabou por ser absolvida após se ter concluído que não teve responsabilidade direta pelo ataque. 

Pai era controlador e "imaturo para a sua idade"

Charles Row KC, procurador do caso, disse ao tribunal que Gunter demonstrou um comportamento controlador em relação à companheira e chegou a questionar se ele era o pai biológico de Brendon.

No julgamento, o procurador sublinhou que  os peritos médicos descreveram os ferimentos doo bebé como "semelhantes a uma queda de um prédio de vários andares". "Houve intenção de matar, demonstrada pela brutalidade do ataque", acusou.

Já Andrew Langdon, advogado de Gunter, disse que o seu cliente tinha um QI muito baixo e era "imaturo para a sua idade". Disse ainda que o pai do bebé teve uma infância "perturbada" e que foi expulso da escola depois de fugir.

Antes do nascimento de Brendon, Staddon e Gunter foram informados de que as autoridades planeavam retirar o bebé dos seus cuidados quando ele nascesse.

Família lamenta morte violenta do bebé: "Tão pequeno e perfeito"

Em tribunal, o juiz recordou que os "cada um" dos avós de Brendon "foi e continuará a ser profundamente afetado pela sua morte, e nenhum deles consegue compreender a razão destes acontecimentos chocantes".

"Nenhuma sentença que eu possa proferir hoje poderá aliviar a dor pela morte de Brendon. A sentença que proferi não pretende, de forma alguma, ser uma medida do valor da sua vida, e espero que a sua família e outras pessoas afetadas pela sua morte não a considerem como tal", acrescentou.

Numa declaração, o pai de Gunter, Simon Gunter, descreveu o neto como "simplesmente perfeito" e revelou que não fala com o filho desde o crime. 

"Ele era tão pequeno, mas tão bonito, era simplesmente perfeito. Brendon era o meu primeiro neto do meu primeiro filho. Como família, estávamos muito felizes e entusiasmados", afirmou.

"Nunca veremos os seus primeiros passos, a sua primeira palavra. Ele nem sequer teve a oportunidade de nos dar o seu primeiro sorriso", lamentou.

Leia Também: Família do autor de ataque a sinagoga condena "ato abominável"

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