O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ao Hamas um prazo firme para aceitar o plano de paz dos EUA para Gaza, garantindo que se instalará "um inferno" se este não foi aceite até domingo
Trump recorreu à sua rede social Truth Social esta sexta-feira para estabelecer as 18h00 de domingo (23h em Lisboa) como data limite para chegar a um acordo. "Todos os países assinaram! Se este acordo de ÚLTIMA OPORTUNIDADE não for alcançado, um INFERNO como nunca visto antes vai instalar-se contra o Hamas", escreveu.
O Presidente apela também "a todos os palestinianos inocentes" para que abandonem "imediatamente esta área potencialmente mortal" rumo a zonas mais seguras, sem especificar a que áreas se referia.
Revelado na segunda-feira pelo atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o plano prevê um cessar-fogo, a libertação, em 72 horas, dos reféns detidos em Gaza, o desarmamento do movimento palestiniano Hamas, uma retirada progressiva israelita do território e a criação de uma autoridade de transição supervisionada pelo presidente americano.
O Hamas indicou que está a analisar este plano, reservando a sua resposta.
Washington tem promovido a criação de uma "zona humanitária" em Al-Mawasi, na costa de Gaza, como destino sugerido para civis deslocados, sendo essa uma das alternativas evocadas nas redes e por responsáveis norte-americanos.
O próprio Hamas indicou recentemente que precisava de mais tempo para analisar a proposta, antes de o Presidente norte-americano publicar o ultimato.
Não houve até ao momento uma resposta pública definitiva do movimento sobre a nova data-limite anunciada por Trump.
A ameaça norte-americana ocorre num contexto de forte escalada na Faixa de Gaza: Israel lançou uma ofensiva de larga escala em meados de setembro, com as operações concentradas na Cidade de Gaza, considerada por Telavive o último bastião do Hamas.
Desde o início da guerra, em outubro de 2023, os confrontos já provocaram dezenas de milhares de mortos e um desastre humanitário que tem forçado cerca de dois milhões de residentes a deslocarem-se repetidamente dentro do enclave.
[Notícia atualizada às 17h22]
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