"A tensão social é uma estratégia deliberada do governo de Espanha. É mais cómodo apelar ao ódio do que à esperança. Força-se a sociedade e viver na polarização. O perigoso é a tentação que gera, de responder na mesma medida. Sabemos o que acontece: se duas forças puxam com intensidades iguais de pontos opostos, ninguém ganha, todos perdem", afirmou Alberto Núñez Feijóo, presidente do PP, numa palestra no Foro La Toja -- Vinculo Atlântico, na ilha de La Toja, na Galiza, Espanha.
Neste contexto, Espanha deteriora-se e "a tarefa de cada um", nomeadamente da política e dos políticos, é promover uma "reconciliação que permita ao país enfrentar unido os desafios nacionais e internacionais", defendeu.
"É difícil reforçar a unidade europeia quando a unidade dos Estados que a integram está pendente", avisou.
O líder da oposição sustenta que Espanha "precisa de mudar" e "não precisa mais tensão, mais divisão".
"Precisa que todos nos reconheçamos como compatriotas", disse.
Para o líder do PP, "reparar Espanha significa que a verdade prevaleça sobre a mentira, que a limpeza prevaleça sobre corrupção" ou "que o serviço prevaleça sobre o interesse pessoal".
"É preciso derrubar o muro que hoje divide artificialmente os cidadãos. Este é o resumo da minha proposta para reparar Espanha", observou.
Assim, "é preciso escolher entre quem quer que tudo continue igual e os que querem reparar e unir Espanha".
"É preciso que a política volte a ter sentido. Sentido comum. O verdadeiramente revolucionário é a sensatez", defendeu.
Núñez Feijóo diz estar a trabalhar num projeto e rumo para Espanha, mas 31 medidas apresentadas pelo PP estão "todas estão bloqueadas no congresso dos deputados".
"Espanha vive numa situação limite, a política tem de responder. Se Espanha recupera a confiança dentro, terá confiança fora. Se é honesta dentro, será respeitada fora. Voltaremos a ter palavra e a projetar ao mundo determinação e credibilidade", acrescentou.
O líder do PP pretende que Espanha lidere o atlantismo europeu e que "deixe de ser um problema" para os aliados do país.
"Não se pode aceitar a fraude eleitoral na Venezuela. Temos um Governo que faz negócios e tem interesses com uma ditadura hispano-americana", acusou.
O desafio do país "não se pode resumir a um governo que aguente".
"Deve ser construir uma Espanha que confie em si mesma", vincou.
Reparar o país será também contribuir para que "o mundo seja um pouco mais justo e mais nosso", assegurou.
O Fórum La Toja -- Vínculo Atlântico nasceu em 2019 e é um ponto de encontro para o debate e a reflexão sobre os grandes desafios da atualidade, defendendo os valores fundamentais das democracias liberais, promovendo a liberdade individual, a igualdade, a dignidade humana, a divisão de poderes, a independência judicial, o pluralismo político e a liberdade de expressão.
O tema desta sétima edição é a exploração de uma nova ordem mundial.
Leia Também: Dezenas de milhares de pessoas em manifestações em Espanha