A embarcação 'Marinette' estava a menos de 100 quilómetros da costa do enclave palestiniano às 5h07 (hora de Lisboa), de acordo com a geolocalização partilhada no portal da flotilha na Internet.
"O Marinette ainda está a navegar", informou a organização, na noite de quinta-feira nas redes sociais, acrescentando que esperava uma interceção em breve. "Ele sabe o que o espera", disse Global Sumud.
"Se ele se aproximar, a sua tentativa de entrar numa zona de combate ativa e romper o bloqueio também será impedida", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel na quinta-feira.
Mais de 400 militantes pró-palestinianos a bordo de 41 navios da flotilha foram detidos pelas forças navais israelitas, confirmou na quinta-feira um responsável israelita.
"Durante uma operação, que durou cerca de 12 horas, o pessoal da marinha israelita conseguiu impedir uma tentativa de incursão em grande escala, realizada por centenas de pessoas a bordo de 41 navios que tinham declarado a sua intenção de violar o bloqueio marítimo legal sobre a Faixa de Gaza", explicou o mesmo responsável.
"No final da operação, mais de 400 participantes foram transferidos em segurança para o porto de Ashdod para serem recebidos pela polícia israelita", acrescentou.
As forças israelitas intercetaram entre quarta e quinta-feira a Flotilha Global Sumud, detendo os participantes, incluindo quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse na quinta-feira esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
Também foram detidos 30 espanhóis, 22 italianos, 21 turcos, 12 malaios, 11 tunisinos, 15 brasileiros e 10 franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia, entre muitos outros.
Os organizadores denunciaram a falta de informação sobre o paradeiro de 443 participantes da missão humanitária.
Milhares de pessoas manifestaram-se em vários países europeus na quinta-feira, incluindo em Portugal, para denunciar a interceção, pelas forças navais israelitas, da flotilha.
Em Lisboa, mais de mil manifestantes marcaram presença num protesto para exigir a libertação dos cidadãos portugueses detidos por Israel, em embarcações com ajuda humanitária da Flotilha Global Sumud.
O protesto, organizado pelo movimento de solidariedade com a Palestina, começou em frente à Embaixada de Israel.
Na quinta-feira à noite, mais de cem pessoas transferiram o protesto para o Mude, onde decorreu um debate entre os candidatos à Câmara de Lisboa, obrigando a corte da Rua Augusta em ambos os sentidos.
No Porto, centenas de manifestantes a favor da causa palestiniana bloquearam o trânsito na Praça D. João I durante várias horas.
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