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Trump reforça ameaça de despedimentos e cortes em estados democratas

O Presidente norte-americano, Donald Trump, reforçou hoje as ameaças de despedimentos "iminentes" de funcionários públicos e corte de financiamento a projetos de infraestruturas em estados democratas, retaliando sobre a oposição pela não extensão do financiamento ao governo. 

Trump reforça ameaça de despedimentos e cortes em estados democratas

© ALLISON ROBBERT/AFP via Getty Images

Lusa
03/10/2025 00:25 ‧ há 20 horas por Lusa

Mundo

EUA

Trump declarou na plataforma Truth Social que se reuniria ainda hoje com o diretor do orçamento da Casa Branca, Russ Vought, "para determinar quais as agências democratas, muitas das quais são fraudes políticas, que recomenda eliminar, e se esses encerramentos devem ser temporários ou permanentes". 

 

"Nem acredito que os democratas de extrema-esquerda me deram esta oportunidade sem precedentes", acrescentou, referindo-se ao impasse orçamental no Congresso, que mergulhou os Estados Unidos numa paralisação parcial na quarta-feira, afetando o Governo federal. 

Centenas de milhares de funcionários públicos, cujos empregos são considerados "não essenciais", foram afastados, sendo esperadas interrupções de serviços públicos. 

A Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo da América (NATCA) manifestou hoje preocupação, afirmando num comunicado estar em causa a segurança do espaço aéreo devido à falta de pessoal. 

O secretário do Tesouro de Donald Trump, Scott Bessent, disse na quinta-feira à CNBC que a paralisação orçamental "desafiaria o PIB, o crescimento e os trabalhadores americanos". 

Enquanto o líder republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, denunciou a recusa dos democratas em apoiar um projeto de lei republicano que prolongaria o financiamento temporariamente, o seu homólogo democrata, Hakeem Jeffries, argumentou que Trump estava a demonstrar "um comportamento irresponsável e pouco sério". 

"Infelizmente, os republicanos não mostraram interesse em sequer dialogar", disse hoje nas escadas do Capitólio. 

Uma sondagem publicada na quinta-feira pelo Washington Post mostra que, em mil norte-americanos inquiridos, 47% culpam Donald Trump e os republicanos pelo impasse, e 30% culpam os democratas. 

O governo anunciou ainda o cancelamento de 26 mil milhões de dólares em fundos federais prometidos aos estados liderados pelos democratas, incluindo 18 mil milhões de dólares em Nova Iorque, um bastião democrata representado pelos senadores Chuck Schumer e Hakeem Jeffries. 

O executivo de Trump anunciou ainda o cancelamento 7,6 mil milhões de dólares em subsídios a centenas de projetos de energia 'limpa' em 16 estados, todos os quais votaram na candidata democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais do ano passado. 

O Departamento de Energia informou hoje em comunicado que 223 projetos foram riscados após uma revisão ter determinado que não satisfaziam adequadamente as necessidades energéticas do país ou não eram economicamente viáveis.  

As autoridades não deram detalhes sobre quais os projetos a ser cortados, mas, de acordo com a organização ambiental sem fins lucrativos Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, é provável que envolvam centrais de baterias, tecnologia do hidrogénio, melhorias na rede elétrica e de captura de carbono. 

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou que o setor privado comprometeu 10 mil milhões de dólares para o projeto de hidrogénio do estado, conhecido como ARCHES, e que o corte ameaça mais de 200 mil empregos.

Russell Vought, diretor do orçamento da Casa Branca, destacou os cortes numa publicação nas redes sociais na noite de quarta-feira, afirmando que o dinheiro "para alimentar a agenda climática da esquerda está a ser cancelado". 

Afirmou ainda que estão a ser cortados projetos em estados democratas: Califórnia, Colorado, Connecticut, Delaware, Havai, Illinois, Maryland, Massachusetts, Minnesota, New Hampshire, New Jersey, New Mexico, New York, Oregon, Vermont e no estado de Washington. 

Todos os 16 estados visados apoiaram Harris e, em cada um desses estados, ambos os senadores votaram contra o projeto de lei de financiamento de curto prazo do republicano para manter o governo em funcionamento. 

A maioria presidencial espera que um número suficiente de senadores democratas acabe por ceder à pressão e vote a favor do projeto de lei republicano, rejeitado no Senado várias vezes, a última das quais na noite de quarta-feira. 

Embora os republicanos detenham a maioria em ambas as câmaras do Congresso, as regras do Senado exigem o voto de pelo menos oito democratas para atingir o limite necessário de 60 votos para a aprovação da proposta orçamental. 

Apesar da pressão republicana, apenas três democratas se juntaram à maioria nas últimas votações. 

Leia Também: Falha nova tentativa de pôr fim à paralisação do Governo dos EUA

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