"Isso indica que os aviões de combate do imperialismo norte-americano se atreveram a aproximar-se da costa venezuelana (...) Quero que saibam que não nos intimidam. É uma grosseria, uma provocação e uma ameaça à segurança da nação [venezuelana]", afirmou.
Padrino López falava durante um balanço de operações das Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB), transmitido pela televisão estatal venezuelana.
Explicou que os radares da Força Aérea Venezuelana detetaram pelo menos cinco aviões de combate norte-americanos próximos do seu país e que o Sistema Integrado de Defesa Aérea identificou mais de cinco aeronaves com padrões de voo de 400 nós e a uma altitude de 35 mil pés.
"As ordens já foram dadas pelo nosso comandante-chefe [o Presidente Nicolás Maduro]. Só nos resta cumpri-las nesta situação. Devemos lembrar que o comandante-chefe assinou um decreto de estado de exceção", frisou numa alusão à recente assinatura, pelo Presidente Nicolás Maduro, de um "decreto de estado de comoção externa" (estado de emergência) em resposta a ameaças dos EUA à Venezuela.
Por outro lado, disse que as FANB combatem grupos de terroristas e de narcotraficantes dos subversivos Exército de Libertação Nacional (ELN) e das dissidências das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que "estão operando" no estado venezuelano de Bolívar, a sul do país.
"Temos uma operação em Pijiguaos [estado de Bolívar, a sul do país] porque estão a operar, passaram para cá [da Colômbia para a Venezuela], na região de Pijiguaos, alguns grupos terroristas, narcotraficantes, do ELN e das FARC, com nome e apelido", disse.
Segundo o ministro, naquela zona, as autoridades venezuelanas levam a cabo a "Operación Neblina" (Operação Nevoeiro) que combate ainda grupos que se dedicam à minaria ilegal.
"Eu lhes digo que não se enganem connosco. Estamos dispostos a defender a nossa soberania, o nosso espaço geográfico, a defendê-lo de qualquer intruso (...) Quem estiver a operar por lá, sejam terroristas, narcotraficantes, de origem colombiana, que saiam do território venezuelano. Este não é o seu solo", afirmou.
Por outro lado, explicou que na região do Catatumbo, a oeste do país, as FANB desmantelaram "por completos" os acampamentos do ELN e das FARC.
E sublinhou que na Venezuela "não há plantações, nem processamentos relacionados com drogas, nem lavagem de dinheiro, nem cartéis" e que a distribuição no território "é mínima".
As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos aumentaram em agosto, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado o envio de navios de guerra para as Caraíbas, para águas internacionais próximas do país sul-americano, citando a luta contra os cartéis de droga da América Latina.
Os EUA anunciaram ter já atacado quatro barcos que transportavam droga matando a pelo menos 13 "narcoterroristas", dizendo tratar-se de membros do Tren de Arágua, um cartel venezuelano estabelecido em vários países e classificado como organização terrorista pelo Presidente norte-americano.
Os Estados Unidos acusam o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel dos Sois, de tráfico de droga e recentemente aumentou a recompensa por informações que levem à sua captura para 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros).
Maduro denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o narcotráfico.
Em 29 de setembro a Venezuela anunciou que o Presidente Nicolás Maduro assinou um "decreto de estado de comoção externa" (estado de emergência) em resposta a ameaças dos EUA.
O anúncio foi feito pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, durante um encontro com diplomatas estrangeiros acreditados na Venezuela.
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