"A nossa prioridade é evitar que qualquer dano aconteça às pessoas que estão a bordo das embarcações. Esperamos que sejam tratadas de forma justa e com respeito pelos seus direitos e dignidade", afirmou o porta-voz adjunto de Guterres, Farhan Haq, em resposta a jornalistas durante uma conferência de imprensa.
"Acreditamos que as leis aplicáveis às águas internacionais devem ser respeitadas", defendeu Haq.
O porta-voz enfatizou a natureza humanitária da flotilha, que navegava com o objetivo de fornecer ajuda e quebrar o bloqueio na Faixa de Gaza.
"A nossa opinião é que as pessoas que estão simplesmente a transportar ajuda humanitária devem ser deixadas em paz", referiu.
"Queremos que todos os esforços para prestar ajuda humanitária à população de Gaza sejam apoiados. Obviamente, estamos cientes das preocupações de segurança levantadas, mas queremos garantir que todos os civis são tratados de forma justa e não são feridos", frisou.
E acrescentou: "Estamos a tentar encontrar maneiras de evitar qualquer escalada da situação e garantir que tudo seja resolvido sem nenhum dano aos participantes [da flotilha]".
No entanto, Farhan Haq foi evasivo ao descrever as detenções de centenas de tripulantes da flotilha humanitária, avaliando que "isso é uma questão para os tribunais".
A Flotilha Global Sumud, praticamente desarticulada e com mais de 90% dos seus membros detidos -- 443 de um total de 500 -- pelas forças israelitas, mantém apenas o navio de apoio jurídico "Summertime" no Mediterrâneo, depois da interceção de quase todas as embarcações quando se aproximavam de Gaza.
Desde a tarde de quarta-feira, a Marinha israelita atuou para impedir que os barcos da flotilha -- cujo objetivo era romper o bloqueio a Gaza e levar ajuda humanitária -- se aproximassem das costas do enclave.
Em pouco mais de 12 horas, todas as embarcações foram abordadas e os tripulantes detidos, com exceção do "Summertime", dando assim por concluída a missão.
O Governo israelita, que declarou encerrada a operação apesar da continuidade do "Summertime", já tinha advertido que não permitiria a chegada das embarcações a Gaza.
Entre os participantes da flotilha detidos pelas autoridades israelitas constam quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
Leia Também: MNE garante que tem partilhado informações sobre flotilha com BE