A Universidade de Harvard contratou a 'drag queen' LaWhore Vagistan, cujo nome verdadeiro é Kareem Khubchandani, como professor convidado para dar as cadeiras de etnografia 'queer' e de ‘RuPaulitics’: 'drag', corrida, e desejo.
O anúncio é feito no próprio ‘site’ da instituição, uma das mais conceituadas em todo o mundo, onde acrescentam que Khubchandani é também professor na Universidade de Tufts de teatro, dança e estudos performativos, assim como, o autor de dois livros sobre a comunidade 'drag' e homossexual.
Harvard acrescenta ainda que Khubchandani está inserido no programa de Estudos de Género e Sexualidade graças à Comissão de Género e Sexualidade da universidade.
Entre as duas cadeiras que vai lecionar no próximo ano está a ‘RuPaulitics’ (uma junção entre RuPaul e ‘politics’, políticas em português), num jogo de palavras que se refere ao programa mundialmente conhecido ‘RuPauls Drag Race’, que conta já com quase vinte temporadas e inúmeros 'spin-off’s'.
No ‘reality show’ um grupo de 'drag queens' tem de competir pela coroa, e por um prémio monetário, em diversos desafios de costura, dança, comédia e atuação.
Serão estas provas que o novo professor de Harvard vai analisar durante as aulas que, conta o The New York Post, vão ser dadas frequentemente pela persona que Khubchandani encarna: LaWhore Vagistan.
Numa entrevista ao jornal da Universidade de John Hopkins, em 2015 (onde se entrevistou a si próprio dentro e fora da personagem), a 'drag queen' chegou mesmo a dizer que “não se pode ensinar em menos de 15 centímetros”, referindo-se a saltos altos. E acrescentando, logo de seguida, em tom de brincadeira: “na verdade, não se consegue fazer grande coisa com menos de 15 centímetros”.
© @wienerdogwifi/X
Na mesma entrevista, questionado sobre como se introduz quando chega a uma sala de aula pela primeira vez, envergando as roupas da sua persona, LaWhore, esclarece: “Eu começo por escrever o meu nome no quadro e explicar as suas origens bastante elaboradas”.
“O meu nome é LaWhore Vagistan, os meus pronomes são ‘ela’ e ‘aunty’ [tia, em português]. Eu escolhi ‘LaWhore’ porque as origens da minha família remontam ao Paquistão: Lahore é uma cidade importante no Paquistão e, bem, eu sou um pouco uma ‘whore’ [promíscua, em português]”, afirma a drag queen.
“E Vagistan porque eu vejo o subcontinente [indiano] como uma grande, maravilhosa Vag…istan. Fecha os olhos e visualiza-o: Índia é o útero-vagina, Paquistão e Bangladesh são os ovários, Afeganistão, Nepal, Mianmar e Butão são as trompas de falópio e o Sri Lanka são uns pequenos lábios flutuantes”, conclui.
A contratação da drag queen acontece após meses de incerteza, causada por pressão da administração de Donald Trump que chegou a cortar as verbas federais da universidade, alegando que Harvard incentivava e permitia um ambiente antissemita no campus.
Leia Também: EUA saúdam a aprovação pela ONU de nova força internacional para o Haiti