"Acompanhamos de perto o que está a acontecer no Mediterrâneo e seguimos o percurso da frota. Reconhecemos os desafios que se colocam na entrega da ajuda humanitária em Gaza", declarou a porta-voz da instituição para a pasta da Preparação, Eva Hrncirova.
Na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, a responsável apontou que "o direito internacional humanitário tem de ser respeitado e também o direito internacional do mar, a lei da navegação em águas internacionais".
"Já dissemos aqui que condenamos quaisquer ataques contra a frota, quaisquer ataques com drones ou quaisquer apreensões. Queremos entregar o mais rapidamente possível ajuda suficiente a Gaza para acabar com o sofrimento das pessoas que lá vivem", salientou a porta-voz.
Apesar de dizer entender "o compromisso humanitário de todos os que se encontram a bordo" da flotilha, Eva Hrncirova explicou que "a proteção dos participantes da frota é da competência das autoridades nacionais".
"Trata-se, portanto, de uma proteção consular dos cidadãos. Vemos que alguns Estados-membros estão em contacto com Israel e já fizeram apelos a Israel para proteger as pessoas a bordo, [mas] não recebemos qualquer pedido de assistência e não entrámos em contacto com os participantes da frota", adiantou.
Na noite de quarta-feira, a embarcação onde segue a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, integrada na flotilha que pretende levar ajuda humanitária a Gaza, foi intercetada pelas autoridades israelitas, adiantou a deputada portuguesa.
Horas depois, a dirigente bloquista Joana Mortágua indicou que Mariana Mortágua e também a atriz Sofia Aparício foram hoje detidas por Israel, após a interceção da embarcação onde seguiam.
Já depois, a organização da flotilha humanitária com destino à Faixa de Gaza confirmou a detenção por Israel do ativista português Miguel Duarte, após a interceção da embarcação onde seguia.
A flotilha humanitária, composta por cerca de 50 embarcações (incluindo uma com bandeira portuguesa), partiu de Espanha com o objetivo de romper o bloqueio israelita e entregar mantimentos à Faixa de Gaza, iniciativa rejeitada por Telavive que argumenta que a ação é apoiada pelo grupo extremista palestiniano Hamas.
Três portugueses - a líder bloquista, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício - integram a Flotilha Global Sumud, que foi intercetada por navios israelitas quando se encontrava a poucas milhas náuticas de Gaza.
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