"Se estás a ver este vídeo, é porque eu fui ilegalmente capturado pelas forças israelitas e levado para Israel contra a minha vontade", disse Miguel Duarte, num curto vídeo publicado na rede social Instagram pelas 01h35 de quarta-feira.
De acordo com a página Palestina em Português, também no Instagram, as forças israelitas intercetaram o navio Morgana, a bordo do qual se encontrava Miguel Duarte.
Pelo menos nove embarcações integradas na flotilha foram intercetadas pela Marinha de Israel e uma destas foi abalroada em águas internacionais, adiantou na quarta-feira à noite a organização, a Flotilha Sumud Global.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e a atriz portuguesa Sofia Aparício, também foram detidas por Israel, após a interceção da embarcação onde seguiam, adiantou à Lusa a dirigente bloquista Joana Mortágua.
Antes de ser detido, num vídeo divulgado às 22h30 de quarta-feira, Miguel Duarte destacou que havia muitos barcos israelitas na envolvência a "atirarem canhões de água" e a fazerem "manobras perigosas" perto dos navios.
Numa mensagem na plataforma de mensagens Telegram, a Flotilha Sumud Global afirmou que a força naval israelita utilizou "agressão ativa" contra o barco Florida, que foi "deliberadamente abalroado no mar".
Acrescentou que outras embarcações foram atacadas com canhões de água.
"Estes ataques ilegais contra navios humanitários são um crime de guerra. Nenhum membro da tripulação a bordo foi ferido", acrescentou a organização da missão.
Apesar das interceções, a organização garantiu, numa mensagem divulgada às 01:20, que 30 embarcações da flotilha continuam em direção a Gaza e estavam a 46 milhas náuticas (85 quilómetros) da costa do enclave palestiniano
Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel tinha informado que vários navios da Flotilha Global Sumud tinham sido "detidos sem incidentes" e que os passageiros estavam a ser transferidos para um porto israelita.
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