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Zelensky acusa Rússia de ser "ameaça global" após ataque a Chernobyl

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de representar uma "ameaça global", após o fornecimento de energia à estrutura de contenção da antiga central nuclear de Chernobyl ter sido cortado por um bombardeamento russo. 

Zelensky acusa Rússia de ser "ameaça global" após ataque a Chernobyl

© Lusa

Lusa
01/10/2025 22:23 ‧ há 17 horas por Lusa

"Cada dia que a Rússia prolonga a guerra, se recusa a implementar um cessar-fogo abrangente e fiável e continua a atacar todas as nossas instalações energéticas --- incluindo as críticas para a segurança das centrais nucleares e outras instalações nucleares --- representa uma ameaça global", publicou Zelensky nas redes sociais. 

 

O Ministério da Energia ucraniano anunciou anteriormente que o abastecimento de eletricidade da estrutura de confinamento que contém parte da central nuclear de Chernobyl, destruída em 1986 no seguimento de um acidente nuclear, foi cortado por causa de um bombardeamento russo. 

"No seguimento de picos [de energia], o novo confinamento de segurança, uma instalação chave que isola o quarto reator destruído da central nuclear de Chernobyl e impede a libertação de materiais radioativos no ambiente, ficou sem alimentação elétrica", detalhou o Ministério, na rede social Telegram. 

O ataque surge numa altura em que também a central nuclear ucraniana de Zaporijia, em território ucraniano e controlada por militares russos, tem a ligação à rede cortada há uma semana e em que operações militares russas impedem a sua reparação, segundo o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE). 

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, esta é a décima vez que a central ocupada pelas tropas russas está desligada da rede, mas, refere a diplomacia europeia, "este é o apagão mais longo e grave, especialmente porque a atividade militar continua a impedir a reparação e a religação das linhas de energia".  

Num comunicado na terça-feira, o SEAE instou a Rússia a "cessar imediatamente todas as operações militares em torno da central nuclear, a fim de permitir o restabelecimento urgente das linhas de energia", dado que a central "depende atualmente exclusivamente de geradores de emergência a gasóleo para fornecer a eletricidade necessária" à segurança nuclear, e uma "perda prolongada" poderia comprometê-la.  

Conquistada pelas tropas russas em março de 2022, no início da invasão em grande escala da Ucrânia, a central, localizada em Enerhodar, na região de Zaporijia (sul), é a maior da Europa.   

Os seis reatores da central nuclear estão desligados, mas é necessária uma fonte de alimentação externa para continuar a arrefecê-los.   

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) já ordenou a reparação das linhas de energia de acordo com os princípios da organização.  

O SEAE sublinha que "as tentativas russas de tomar ilegalmente a central nuclear" são inválidas ao abrigo do direito internacional, e que a Rússia "deve retirar imediata, incondicional e completamente todas as suas forças, equipamento militar e outros funcionários não autorizados da central nuclear e de todo o território da Ucrânia".  

A Ucrânia acusa Moscovo de tentar ligar a central nuclear de Zaporijia à rede russa, construindo para o efeito 200 quilómetros de linhas de energia.   

O operador da central, controlada pelo grupo russo Rosatom, confirmou que a instalação está sem fornecimento de energia externa desde terça-feira da semana passada e que os geradores de emergência asseguram as suas necessidades.   

Segundo esta fonte, existem reservas de combustível suficientes para um "funcionamento prolongado" em autonomia e o arrefecimento dos motores é realizado "na totalidade".   

O chefe da AIEA, Rafael Grossi, foi recebido no Kremlin na semana passada pelo Presidente Vladimir Putin, no âmbito de uma visita à Rússia.   

Hoje, Rafael Grossi, garantiu hoje que a central nuclear ucraniana de Zaporijia, a maior da Europa e ocupada por forças russas, não apresenta "perigo imediato", apesar de este ser "de longe o evento mais longo em mais de três anos e meio de guerra" 

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.    

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).   

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.   

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.   

Leia Também: Guterres e Zelensky discutem esforços diplomáticos para resolver conflito

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