Os republicanos acusam os democratas de provocar a suspensão das atividades governamentais por insistirem num aumento do financiamento da saúde, enquanto o Partido Democrata defende que não cederá na exigência de reforçar o Affordable Care Act (Obamacare), cujos créditos expiram no final deste ano.
"Não se pode manter o governo refém só porque se quer negociar os custos dos cuidados de saúde. Vamos negociar, mas vamos fazê-lo abrindo o Governo", defendeu o vice-presidente norte-americano, JD Vance, em declarações à estação televisiva Fox News, sublinhando que os republicanos só se sentarão à mesa "depois de reabrirem o Governo".
O líder democrata no Senado (câmara alta do Congresso), Chuck Schumer, garantiu que o seu partido "não cederá", mesmo que a suspensão das operações federais se prolongue.
"Tentaram por duas vezes fazer-nos votar a favor do seu projeto de lei, que não protege absolutamente a saúde dos americanos", explicou Schumer ao canal NBC, responsabilizando os republicanos pelo bloqueio.
No Senado, a maioria republicana precisa de sete votos democratas para aprovar o pacote de financiamento provisório, que manteria o Governo em funcionamento por mais sete semanas.
Já os democratas necessitam de 13 votos republicanos para viabilizar a sua proposta, centrada no reforço dos recursos para a saúde.
O Presidente republicano Donald Trump acusou, sem apresentar provas, a oposição de querer financiar cuidados de saúde para imigrantes indocumentados, acusação rejeitada pelos democratas.
Durante a paralisação, serviços considerados essenciais, como as Forças Armadas, forças de segurança, aeroportos e Segurança Social, continuarão a funcionar, mas há receios de atrasos no pagamento dos salários.
Milhares de outros funcionários públicos foram suspensos sem remuneração.
Entretanto, a Casa Branca (presidência norte-americana) anunciou planos para aproveitar a paralisação como uma oportunidade para reduzir o número de funcionários, no quadro da estratégia de redimensionar as estruturas governamentais.
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