"Constatamos que há uma situação de ameaça híbrida em crescimento", justificou Dobrindt numa conferência conjunta em Berlim com o chanceler Friedrich Merz e o ministro das Finanças, Lars Klingbeil.
"Agora, trata-se de encontrar novas respostas com deteção e bloqueio de drones, o que inclui derrubá-los", disse o ministro, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Dobrindt referiu que se trata de uma tarefa que tem de ser resolvida com os estados federados, pelo que é necessário "um centro comum de defesa antidrones".
A ideia é promover a cooperação entre a Polícia Federal Criminal (BKA, na sigla em alemão), a polícia federal e os organismos policiais regionais, e possibilitar que as forças armadas participem no eventual derrube de drones.
Para isso, será assinado um acordo entre os ministérios do Interior e da Defesa.
Dobrindt disse pretender reformar a lei de segurança aérea para permitir que as forças armadas possam ser mobilizadas para ajudar os organismos policiais na defesa antidrones.
Em cada caso, deverá ser avaliado se a ajuda dos militares é necessária e se a presença de um drone deve ser considerada como uma verdadeira ameaça, referiu.
"Nem todos os drones são uma ameaça, muitos têm a ver com provocações. É preciso reagir de forma adequada. Mas temos de ter a técnica e as competências necessárias", declarou.
Drones suspeitos foram detetados na semana passada nos arredores da cidade de Kiel, no norte da Alemanha.
A revista Der Spiegel noticiou que eram drones de observação que sobrevoaram a divisão naval do consórcio Thyssenkrupp e um hospital universitário, assim como a sede do parlamento do estado de Schleswig-Holstein.
A ministra do Interior de Schleswig-Holstein, Sabine Sutterlin-Waack, disse que foram iniciadas investigações sobre um possível caso de espionagem, mas não deu detalhes sobre a rota seguida pelos drones.
Também na semana passada foram detetados drones sobre instalações das forças armadas em Sanitz e da marinha em Rostock, no estado federado de Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, no nordeste do país.
A Dinamarca, a Suécia e a Noruega têm sido igualmente afetadas nas últimas semanas com o avistamento de drones, que causaram o encerramento de aeroportos, sem que se conheça a origem dos aparelhos.
A situação levou vários países, incluindo França e Estados Unidos, a enviarem equipamento de deteção de drones para Copenhaga, onde hoje se realiza uma reunião informal dos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE).
"O nosso foco será duplo: reforçar a prontidão da defesa comum europeia e consolidar o nosso apoio à Ucrânia", explicou o presidente do Conselho Europeu, António Costa, na carta-convite enviada aos líderes da UE.
Costa disse na missiva que "as recentes violações do espaço aéreo pela Rússia na Polónia e na Roménia" são um sinal de que a UE deve "acelerar e aprofundar" os esforços na área da defesa comum, "em plena coerência com a NATO".
A Rússia negou todas as acusações de violação de espaço aéreo da NATO, bem como alegações de que seria responsável pelos drones clandestinos avistados em países europeus.
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