Na cidade de Oujda, no leste de Marrocos, eclodiram confrontos entre manifestantes e a polícia de choque, na terça-feira, resultando em um ferido, atropelado por um veículo das forças de segurança, segundo a agência de notícias oficial marroquina MAP.
Em Temara, 17 quilómetros a sul da capital, Rabat, também eclodiram tumultos embora as autoridades tenham conseguido controlar a situação, encerrando a principal avenida do centro da cidade.
Na cidade de Beni Mellal, 240 quilómetros a sudeste de Rabat, também se registaram tumultos, com os manifestantes a bloquearem ruas e a queimarem contentores de lixo.
Os confrontos resultaram em ferimentos tanto para os manifestantes como para a polícia, de acordo com os meios de comunicação locais.
Separadamente, os manifestantes atacaram a polícia de choque com pedras na cidade de Inzegan e na aldeia de Ait Amira, ambas situadas 550 quilómetros a sul da capital, e destruíram e incendiaram vários veículos policiais.
Estavam a circular nas redes sociais vídeos transmitidos em direto, mas não verificados, de confrontos entre jovens manifestantes e a polícia, juntamente com imagens de veículos capotados, destruídos e em chamas.
Um vídeo mostra um agente policial ferido, com o rosto coberto de sangue, a recuar do local. Um canhão de água também pode ser visto a apagar as chamas de um dos carros incendiados.
Os confrontos surgem após três dias em que as autoridades marroquinas detiveram dezenas de pessoas, para tentar impedir protestos convocados por jovens, que se identificam como 'Geração Z', em diferentes cidades, para exigir reformas nos setores da educação e da saúde.
O Ministério Público anunciou na terça-feira a detenção de 24 pessoas, incluindo seis menores, depois de terem bloqueado a circular de Casablanca no sábado.
Um total de 37 manifestantes foram detidos nos últimos três dias em Rabat. O Ministério Público decidiu libertar 34 sob fiança e manter três em prisão preventiva.
Os partidos que compõem a coligação governamental em Marrocos manifestaram na terça-feira disponibilidade para dialogar e responder às exigências dos protestos.
Os manifestantes, autodenominados movimento 'GENZ212', não fazem parte de qualquer partido político, mas organizaram-se nas últimas semanas através da aplicação de mensagens instantâneas 'Discord', onde chegaram a consenso sobre um documento com as suas reivindicações.
Entre as suas exigências estão a melhoria da qualidade educativa, a formação e a melhoria das condições laborais dos docentes, bem como a universalidade da cobertura de serviços de saúde e a modernização dos centros hospitalares bem como o acesso a medicamentos a preços acessíveis.
Além disso, os jovens exigem a luta contra a corrupção a todos os níveis do Governo, justiça social e económica, igualdade de oportunidades, criação de emprego jovem e apoio a pequenas empresas.
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