Procurar

Navio da Marinha italiana oferece-se para embarcar tripulação da flotilha

A fragata 'Alpino' da Marinha italiana, a acompanhar a Flotilha Global Sumud que pretende entregar ajuda em Gaza, ofereceu-se hoje para receber qualquer pessoa que deseje desembarcar, antes de chegarem a 150 milhas náuticas da costa.

Navio da Marinha italiana oferece-se para embarcar tripulação da flotilha

© REUTERS/Nacho Doce

Lusa
30/09/2025 21:04 ‧ há 1 dia por Lusa

A última chamada e, por isso, a última oportunidade de embarque, será na noite de 01 de outubro, por volta da 01:00 local, quando a embarcação estiver a menos de 150 milhas náuticas da costa da Faixa de Gaza, anunciou o Estado-Maior da Defesa italiano.

 

Quando a fragata da Marinha italiana atingir uma distância de aproximadamente 180 milhas náuticas da costa de Gaza, emitirá um alerta oficial a todas as embarcações da Flotilha Global Sumud, alertando para essa última oportunidade, pois foi comunicado que este limite não será ultrapassado, para não colocar em risco a segurança das pessoas a bordo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, indicou que falou hoje com o homólogo israelita, Gideon Saar, para lhe pedir que não recorra à violência caso detenha os italianos a bordo da flotilha.

"Não estão ali com intenções bélicas, mas devemos evitar qualquer problema", disse Tajani.

Quando o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, informou os ativistas que seguem a bordo das embarcações da flotilha da proposta da fragata militar 'Alpino' de desembarcarem antes de chegarem à chamada "zona crítica", a reação foi negativa.

"Sejamos claros: isto não é proteção, é sabotagem. É uma tentativa de desmoralizar e dividir uma missão pacífica e humanitária", indicou a Flotilha Global Sumund.

"Isto é cobardia disfarçada de diplomacia", sustentou.

"Vemos Israel a apoderar-se de águas internacionais e o nosso Governo a render-se e a dizer-nos que, no fundo, não pode fazer nada. Esta noite, Israel vai provavelmente atacar-nos, porque tudo indica que o fará, e o Governo [italiano] não consegue garantir a proteção dos seus cidadãos em águas internacionais por medo de retaliações israelitas", sublinhou Maria Elena Delia, porta-voz italiana da Flotilha Global Sumud, nas redes sociais.

E acrescentou: "Assim que algo acontecer a estes barcos, assim que perdermos o contacto com eles, assim que tivermos a certeza de que um ou mais deles (dos ativistas) foram detidos, feridos ou que já não conseguimos contactá-los, pedimo-vos, em nome de todos os que estão nestes barcos, que saiam para a rua, que ocupem as praças, que organizem protestos".

Aviões e navios de guerra israelitas preparam-se para intercetar a flotilha humanitária que se dirige para Gaza nas próximas horas e afundar alguns dos seus barcos, uma vez que é improvável que consigam rebocá-los a todos, noticiou hoje a rádio pública israelita Kan.

Segundo a Kan, Israel vai reunir os mais de 500 ativistas que viajam nos 40 barcos da flotilha nos seus navios de guerra e levá-los para a cidade portuária de Ashdod, no centro de Israel, onde serão interrogados e deportados, tal como em ocasiões anteriores.

"O facto de existirem cerca de 50 navios não permitirá que todos sejam rebocados, pelo que alguns serão afundados no mar", informou a Kan.

A rádio pública precisou que as autoridades israelitas estão a preparar-se para intercetar a flotilha nas próximas 24 horas, embora a proximidade dos navios da zona considerada "de risco" levante a possibilidade de serem detidos esta noite, segundo alguns dos ativistas a bordo dos barcos.

A chefe do Governo de direita e extrema-direita italiano, Giorgia Meloni, defendeu hoje que a flotilha humanitária com destino a Gaza deveria parar, para permitir um possível acordo entre as partes em conflito, que assenta num "equilíbrio frágil".

"O plano de paz para o Médio Oriente proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, oferece finalmente esperança de um acordo para pôr fim à guerra e ao sofrimento da população civil palestiniana e estabilizar a região", declarou Meloni, citada num comunicado.

"Tal esperança assenta num equilíbrio frágil que muitos ficariam felizes em destruir", comentou.

"Temo que a tentativa da flotilha de romper o bloqueio naval israelita [à Faixa de Gaza] possa servir de pretexto", acrescentou Meloni, que partilha visões ideológicas próximas das de Donald Trump.

Leia Também: Marinha israelita preparada para intercetar flotilha a caminho de Gaza

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10