Deixou de ser apenas uma ‘anedota’ japonesa e faz, cada vez mais, parte da realidade. Referimo-nos aos "tomodachi kekkon", que em português diz respeito aos casamentos por conveniência.
O número de pessoas que decide casar no país apenas para cumprir com as convenções clássicas está a aumentar e, por norma, a escolha acontece entre amigos que aceitam casar, mas sem adotarem uma vida romântica ou sexual.
Assim, escreve o El Confidencial, estas relações ao invés de responderam a caprichos sentimentais visam sanar necessidades muito concretas, como obter cobertura de saúde familiar, garantir facilidades na aquisição de uma casa, acalmar a insistência de familiares mais velhos ou simplesmente organizar a vida quotidiana com alguém de confiança.
O caso de Hiroshi
Hiroshi (nome fictício) é uma dessas pessoas, que recorreu a uma agência para encontrar ‘um amigo’ com quem casar. A jovem, que se diz homossexual, refere que o fez “para tranquilizar os meus pais”.
“A minha irmã, todos os meus amigos e colegas de trabalho estavam a casar e os meus pais começaram a ficar preocupados”, conta, referindo que durante um ano tentou arranjar um namorado, mas que não conseguiu encontrar ninguém por quem tivesse nutrido sentimentos amorosos.
Assim, e depois de um ano de encontros pontuais com uma pessoa que lhe foi apresentada através da agência, a mulher decidiu casar. Hiroshi afirma que nunca chegaram a ir muito longe a nível sentimental e sexual, e chega mesmo a questionar: “Talvez não seja muito diferente do que acontece numa relação convencional”.
Sendo um país que atribui mais benefícios e estatuto social a quem esteja casado, este tem sido um recurso para muitos que querem ter uma vida ‘mais facilitada’, mas que não tinham o casamento nos seus planos de vida.
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