O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, disse à estação de televisão norte-americana CNN que Teerão tomou conhecimento do plano mas que aguarda a reação do Hamas, grupo de controla a Faixa de Gaza, para se pronunciar.
Araqchi disse ainda que a única proposta que tem potencial para perdurar é a que reconhece e respeita o direito dos palestinianos à autodeterminação.
A liderança do Hamas ainda não se pronunciou formalmente sobre o plano apresentado na segunda-feira pelo chefe de Estado norte-americano, apoiado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A proposta dos Estados Unidos prevê um cessar-fogo em Gaza, a retirada gradual do Exército israelita, a libertação total dos reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos e o fornecimento de ajuda humanitária através das Nações Unidas.
O Irão é um dos principais aliados do grupo palestiniano Hamas, que faz parte do designado "Eixo da Resistência", uma aliança antiIsrael liderada por Teerão e que inclui também o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iémen.
Na segunda-feira, os mediadores diplomáticos do Qatar e do Egito que mantêm contactos negociais com o Hamas sobre a guerra em Gaza disseram à Agência France Presse (AFP) que o plano norte-americano foi enviado ao grupo que controla o enclave costeiro palestiniano.
Segundo a agência France Presse, o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, e o chefe dos serviços de informação egípcios, Hassan Mahmoud Rashad, reuniram-se na segunda-feira com os negociadores do Hamas tendo apresentado o plano de Washington.
"Os negociadores do Hamas disseram que iriam examinar o plano de boa-fé e responder", acrescentou a mesma fonte que não foi identificada.
O Hamas, considerado grupo terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, atacou Israel a 07 de outubro de 2023 provocando a morte a 1.200 pessoas.
No mesmo ataque o Hamas fez 252 reféns.
A resposta militar de grande escala de Israel fez até ao momento mais de 60 mil mortos, de acordo com o balanço do Hamas.
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