"A flotilha deverá chegar a Gaza dentro de dias; no entanto, a ameaça de violência do Estado israelita paira sobre a sua viagem", lê-se na declaração assinada, entre outros, pelas democratas Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar e Rashida Tlaib.
"Instamos-vos a fazer tudo o que for possível para garantir a segurança da flotilha e dos seus passageiros civis, que viajam desarmados, bem como o sucesso da sua missão humanitária e pacífica de entregar ajuda vital à população palestiniana sitiada em Gaza", acrescentaram.
Os congressistas criticaram Trump por não ter agido em junho para proteger os cidadãos norte-americanos a bordo do Madleen e do Handala, navios utilizados nas duas missões humanitárias anteriores da flotilha.
Em particular, denunciaram que o líder sindical Chris Smalls "foi brutalmente agredido por soldados israelitas durante a sua detenção após a interceção ilegal da embarcação".
"Os 24 cidadãos norte-americanos a bordo não se podem dar ao luxo de sofrer mais negligência por parte do governo dos EUA", lê-se na carta, enviada ao secretário de Estado Marco Rubio, lembrando que "eles, bem como o povo palestiniano em Gaza, merecem segurança".
Os signatários lembraram à Casa Branca que "a lei é clara: qualquer ataque à flotilha Global Sumud ou à sua tripulação civil é uma violação flagrante do direito internacional", o que implica "a obrigação de proteger os seus cidadãos".
"Exigimos que impeçam qualquer ação hostil contra a flotilha e garantam o sucesso da sua missão humanitária", afirmaram os congressistas.
Na segunda-feira, um dos participantes na iniciativa, o italiano Tony Lapiccirella disse que a flotilha poderia sair na quarta-feira de águas internacionais e chegar a um ponto onde pode ser intercetada por militares israelitas.
"Estamos a 30 milhas [náuticas ou 55 quilómetros] da Faixa [de Gaza]", disse Lapiccirella.
"Em dois dias, vamos estar na zona de interceção e em três dias devemos estar em Gaza", acrescentou.
"A missão está dirigida a Gaza: é a única forma de abrir um canal humanitário permanente. Parar em Chipre ou qualquer outra mudança de rota nunca foi considerado", adiantou.
Quando questionado os riscos para a segurança das pessoas participantes na flotilha, Lapiccirella disse: "Sob a lei internacional, não há riscos".
A Marinha italiana tem uma fragata que navega nas proximidades da flotilha, que pretende levar alimentos e medicamentos a Gaza, depois de ter sido sobrevoada por drones na semana passada.
Entre os tripulantes das embarcações que fazem parte da flotilha estão três portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.
Leia Também: Flotilha Global Sumud está prestes a sair de águas internacionais