"Como ministra dos Negócios Estrangeiros, decidi renunciar ao meu visto americano. Trata-se de um ato de dignidade face à decisão inaceitável de revogar o visto do Presidente da Colômbia. A nossa soberania não se curva. A Colômbia é respeitada", indicou Rosa Yolanda Villavicencio na rede social X.
A decisão da ministra surge numa altura de escalada das tensões entre os dois países devido a questões como a política de drogas, a guerra em Gaza e o reforço naval dos EUA na Venezuela, sublinhado que um visto é uma autorização que permite entrar, permanecer ou sair de um determinado país por um período de tempo definido.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros colombiano não respondeu a perguntas sobre o tipo de visto de Villavicencio, mas indicou que não estava interessado em "vistos diplomáticos que limitam opiniões" ou restringem a "soberania" do país.
O Departamento de Estado dos EUA revogou o visto do Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na sexta-feira, depois do líder colombiano ter participado num protesto em Nova Iorque, nos EUA, contra a guerra em Gaza.
No protesto, Petro apelou à criação de um exército internacional para libertar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, na Palestina.
Gustavo Petro, enquanto segurava num megafone e usava um keffiyeh (o tradicional lenço palestiniano), pediu aos soldados norte-americanos que "desobedecessem" às ordens do Presidente dos EUA, Donald Trump.
O líder colombiano acrescentou que os soldados dos EUA "não devem apontar as suas espingardas contra a humanidade".
Horas depois do protesto, o departamento de Estados norte-americano, anunciou nas redes sociais que iria cancelar o visto de Petro "devido às suas ações imprudentes e incendiárias".
Petro já estava na Colômbia quando o anúncio foi feito e escreveu no X que "não se importava" com o castigo, porque como também é cidadão italiano, poderia viajar para os EUA sem visto.
A revogação do visto de Petro marca um novo ponto baixo na relação do líder colombiano esquerdista com a administração Trump, que no início de setembro colocou a Colômbia numa lista de países que, segundo o líder dos EUA, não estão a cumprir os seus compromissos internacionais para conter o tráfico de droga.
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