Meios de comunicação social do Iémen noticiaram o lançamento de um possível míssil balístico a partir de território controlado pelos Hutis, apoiados pelo Irão.
Pouco depois, um navio no Golfo de Aden, a cerca de 235 quilómetros da costa de Aden, reportou ter visto "um ressalto e fumo" à distância. Desconhece-se a bandeira do navio visado pelo ataque atribuído aos rebeldes xiitas iemenitas.
O UKMTO classificou o incidente como um ataque e apelou a que as embarcações na zona redobrem a atenção, recomendação que também foi reiterada pela empresa privada de segurança Ambrey.
Mais tarde, o UKMTO confirmou que "uma embarcação foi atingida por um projétil desconhecido" e acrescentou que "o navio se encontra em chamas".
A Ambrey reconheceu também o ataque, semelhante a outro ocorrido no passado dia 23 de setembro mas que falhou o alvo.
Os Hutis não reivindicaram o potencial ataque, embora possa demorar horas ou mesmo dias até que assumam a autoria.
Os rebeldes Hutis têm realizado ataques com mísseis e drones contra Israel e navios no Mar Vermelho em retaliação à guerra na Faixa de Gaza, afirmando agir em solidariedade com os aliados palestinianos.
Os seus ataques nos últimos dois anos têm perturbado o tráfego marítimo no Mar Vermelho, por onde passavam cerca de mil milhões de dólares (cerca de 850 milhões de euros) em mercadorias por ano antes do conflito.
Os Hutis interromperam os ataques durante uma breve trégua, mas voltaram a ser alvo de uma intensa campanha de bombardeamentos aéreos ordenada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, antes de o governante ter anunciado que um cessar-fogo tinha sido alcançado com os rebeldes.
Em julho, os Hutis afundaram dois navios, causando pelo menos quatro mortos a bordo.
O ataque de hoje ocorre num contexto de intensificação da guerra em Gaza por Israel, que lançou uma nova ofensiva terrestre sobre a cidade de Gaza, a principal cidade do enclave palestiniano, e poucas horas antes de um encontro entre Trump e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, em Washington.
Paralelamente, mantém-se elevada a tensão devido à reposição das sanções das Nações Unidas e da União Europeia ao Irão no âmbito do controverso programa nuclear do regime de Teerão.
Os Hutis integram o chamado "eixo de resistência" liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos radicais da região, como o libanês Hezbollah e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.
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