De acordo com um documento divulgado pelas autoridades russas, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei, previamente aprovada pelo parlamento, que acusou o Conselho da Europa, com sede em Estrasburgo, França, de "discriminação" contra a Rússia.
A Convenção Europeia para a Prevenção da Tortura, ratificada pelos atuais 46 Estados-membros do Conselho da Europa, visa proteger prisioneiros de eventuais atos de violência e prevê, nomeadamente, controlos das prisões por vigilância.
Em agosto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo garantiu que esta retirada "não causaria danos" aos cidadãos russos e que a Rússia permanecia "sujeita às suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos".
Mas dois relatores especiais da ONU avisaram, em setembro, que a decisão de se retirar da convenção levanta "sinais de alerta" sobre a situação nos locais de privação de liberdade na Rússia.
Investigações de organizações não-governamentais (ONG) e de meios de comunicação independentes afirmam que muitos prisioneiros ucranianos são sujeitos a tortura nas prisões russas.
Na semana passada, um relatório da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) considerou a Rússia responsável por "graves violações" do Direito internacional contra prisioneiros de guerra ucranianos, adiantando que podem "equivaler a crimes de guerra e, em alguns casos, possivelmente a crimes contra a humanidade".
Os abusos "generalizados e sistemáticos" incluem, entre outras coisas, "atos de tortura" e podem até incluir "execuções arbitrárias", muitas vezes após a rendição, referiu o relatório.
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