Procurar

Marina foi "vítima menor n.º 1" de Epstein. Aos 17, "disse que era velha"

Marina Lacerda foi identificada como "vítima menor número um" de Jeffrey Epstein, e, este ano, falou sobre o que lhe aconteceu. Foi atraída para rede de abusos do empresário com apenas 14 anos e foi 'dispensada' com 17, tendo este dito que ela "estava a ficar velha e não tinha mais interesse".

Marina foi "vítima menor n.º 1" de Epstein. Aos 17, "disse que era velha"

© Andrew Harnik/Getty Images

Ana Teresa Banha
29/09/2025 16:17 ‧ há 4 dias por Ana Teresa Banha

Mundo

Jeffrey Epstein

No início deste mês várias mulheres discursaram no Congresso dos Estados Unidos e pediram "transparência" à justiça norte-americana no caso que envolve Jeffrey Epstein e os abusos sexuais pelos quais foi condenado.

 

Marina Lacerda, uma mulher de Belo Horizonte, no Brasil, foi uma das mulheres que esteve em Washington DC a contar que tipo de abusos sofreu às mãos no empresário.

Foi no início do mês que ela falou pela primeira vez, e, agora, fala novamente, detalhando ao Fantástico, programa emitido pela TV Globo, como conheceu Epstein e como tudo se passou.

Marina, atualmente com 37 anos, tinha já contado que entrou na rede do milionário porque lhe foi proposto um emprego por uma colega - para fazer massagens. Marina tinha na altura 14 anos e aquilo pareceu-lhe uma "proposta de sonho", já que a colega lhe disse que recebia 300 dólares por cada uma. Porém, acabou por se revelar um pesadelo.

"Eu pensava que, se eu apenas jogasse o jogo, não seria só mais uma imigrante do Brasil e teria algo a esperar do futuro", contou, dizendo que hoje se sente mais forte "em saber que a menina que lutava para sobreviver aos 14 ou 15 anos tem hoje, finalmente, uma voz".

Segundo o que explicou agora ao Fantástico, foi numa casa de Epstein, no Central Park, Nova Iorque, que conheceu o empresário. "Ele tinha um quarto de massagem, um quarto escuro, sem janelas. Só tinha uma cama e uma prateleira cheia de cremes", apontou.

Recordando o momento em que conheceu Epstein, Marina disse: "Ele chegou e falou: 'Olá, eu sou o Jeffrey', e começou a conversar comigo: 'Quantos anos tens', 'de onde és'. Começou a perguntar da minha vida, e eu comecei a responder".

"Havia dias que o Jeffrey via de cinco a dez meninas"

Primeiro, os encontros eram sessões de massagens, tal como lhe tinha sido prometido, mas foi com o tempo - e com os avanços de Epstein para ganhar a confiança da, então, adolescente - que se transformaram em abusos.

"As coisas começaram a piorar. Começou por me tirar a blusa. Depois, o sutiã. Depois de tirar o sutiã, ele começava a tocar-se. E aí começou a tocar-me. Foi evoluindo. Não sei como aceitei isso, mas eu aceitei", afirmou ainda.

Marian Lacerda diz hoje que perdeu "a sensibilidade do que era certo ou errado em termos de sexo ou abuso" e que Epstein passou a estar com ela duas ou três vezes por semana, pedindo depois que esta "trouxesse amigas".

Era assim mesmo, com estes pedidos, que a rede se expandia, de acordo com o que os investigadores apontam. É estimado que haja mais de mil vítimas.  "Havia dias que o Jeffrey via de cinco a dez meninas", relatou Marina.

Segundo o que conta, tudo durou três anos, quando, aos 17, Marina foi 'dispensada': "Ele disse que eu estava a ficar velha e não tinha mais interesse".

Foi pouco depois que Marina terá sido procurada pelo FBI, que já investigava Epstein em 2008, mas aí o empresário conseguiu um acordo judicial.

Dez anos depois, em 2018, novos procuradores ouviram mulheres entre as quais estava Marina e, segundo o fantástico, foi aí que a reconheceram como "vítima menor número um".

Marina deu provas que terão sido decisivas para a prisão de Epstein em 2019, ano em que também tirou a própria vida.

----------
Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos autodestrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades (todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende):

Atendimento psicossocial da Câmara Municipal de Lisboa
800 916 800 (24h/dia)

SOS Voz Amiga - Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio
800 100 441 (entre as 15h30 e 00h30, número gratuito)
213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660 (entre as 16h e as 00h00)

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h)
808 237 327 (entre as 15h e as 22h, número gratuito) | 210 027 159

SOS Estudante - Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio
239 484 020 - 915246060 - 969554545 (entre as 20h e a 1h)

Telefone da Esperança
222 080 707 (entre as 20h e as 23h)

Telefone da Amizade
228 323 535 | 222 080 707 (entre as 16h e as 23h)

Aconselhamento Psicológico do SNS 24 - No SNS24, o contacto é assumido por profissionais de saúde
808 24 24 24 selecionar depois opção 4 (24h/dia)

Linha Nacional de Prevenção do Suicídio e Apoio Psicológico (24h/dia)
1411

Leia Também: Marina foi uma das vítimas de Epstein, aos 14 anos: "Do sonho a pesadelo"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10