Christian Brueckner, o principal suspeito do desaparecimento de Maddie, que foi libertado este mês, terá perseguido e tentado confrontar o procurador alemão que o culpou pelo crime.
Brueckner, que foi libertado há duas semanas, viajou várias horas para ir ao encontro do advogado Hans Christian Wolters, noticia a Sky News.
Este último, note-se, defende há muito que existem provas concretas do envolvimento do suspeito alemão no desaparecimento de Madeleine McCann, da Praia da Luz, no Algarve, em 2007.
Segundo a Sky News, Brückner, que refuta as acusações, terá pedido ao procurador para se encontrar com ele, porque quer recuperar a sua vida.
“Estou a ser perseguido pelo media e a culpa é dele. Quero que ele assuma responsabilidades”, afirmou, acrescentando que lhe foi dito que nada havia fazer.
Desde que foi libertado da prisão de Sehnde, no dia 17 de setembro, que Brueckner está a residir em Neumunster, localidade que fica a três horas de distância de Braunschweig, onde procurou enfrentar o procurador.
Cumpriu pena por violação de idosa em Portugal
Christian Brückner esteve preso na Alemanha durante sete anos no estabelecimento prisional de Sehnde.
O homem cumpriu pena pela violação de uma turista, de 72 anos, também no Algarve, junto à praia da Luz, em 2005, ou seja, dois anos antes do desaparecimento da criança britânica no mesmo resort português.
No final de agosto, o procurador alemão Hans Christian Wolters, que lidera a investigação sobre o caso de Madeleine McCann desde 2020, anunciou que Brückner seria libertado até 17 de setembro.
Condições da libertação
Segundo a imprensa alemã, Brueckner tem agora que usar pulseira eletrónica e o seu passaporte foi revogado.
A par disso, de acordo com a revista alemã Spiegel, o Tribunal Regional de Hildesheim decidiu que deve apresentar-se regularmente ao escritório de supervisão da liberdade condicional e ao serviço de liberdade condicional. Terá também de ter uma residência permanente no país, não podendo viajar sem autorização.
Qual é o seu envolvimento no caso Maddie?
O alemão é o único suspeito do desaparecimento de Maddie. O seu nome surgiu pela primeira vez na lista de suspeitos no rapto em junho de 2020. Segundo as autoridades, Brückner terá vivido no Algarve entre 1995 e 2007 e registos telefónicos colocam-no na área da Praia da Luz no dia em que a criança inglesa de três anos desapareceu.
Em setembro de 2024, durante um julgamento na Alemanha não relacionado com o desaparecimento de Maddie McCann, um ex-companheiro de cela contou que o alemão confessou ter raptado uma criança.
Citada pela imprensa britânica, a testemunha, identificada como Laurentiu Codin, revelou que a confissão aconteceu quando ambos estavam em prisão preventiva no mesmo estabelecimento prisional.
Aquando do anúncio da sua libertação, o procurador afirmou que Brückner "não é apenas o principal suspeito", mas sim "o único suspeito" no caso de Maddie. "Não há mais ninguém", atirou.
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