De acordo com um comunicado publicado na conta oficial do tribunal na rede social WeChat, Chen foi também condenado à privação dos direitos políticos vitaliciamente e à confiscação de todos os seus bens, no âmbito de crimes de suborno e abuso de poder.
Este tipo de pena, comum na China em casos de corrupção, prevê a comutação para prisão perpétua caso o arguido não cometa novos delitos e mantenha bom comportamento durante o período de suspensão.
Pelo crime de abuso de poder, Chen foi ainda condenado a sete anos de prisão.
Segundo a sentença, entre 2012 e 2024, Chen aproveitou os cargos que ocupou -- incluindo os de presidente da câmara das cidades de Tongren e Guiyang (capital da província) e de vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês -- uma espécie de senado sem poder legislativo -- para beneficiar indivíduos e entidades na atribuição de fundos públicos, adjudicação de projetos e aprovação de operações comerciais.
Durante esse período, Chen terá recebido subornos no valor superior a 357 milhões de yuan (42 milhões de euros).
O tribunal classificou os montantes envolvidos como "particularmente elevados" e considerou que as ações de Chen causaram "danos especialmente graves" aos interesses do Estado e da população.
A sentença teve em conta fatores atenuantes como a confissão dos crimes e o arrependimento demonstrado pelo réu.
Desde que Xi Jinping assumiu a liderança do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2012, foi lançada uma vasta campanha anticorrupção, durante a qual vários altos responsáveis foram condenados por aceitar subornos milionários. Apesar de ter exposto casos de corrupção no seio do PCC, críticos apontam que a campanha poderá também estar a ser usada para afastar rivais políticos ou opositores internos.
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