"Pedimos-lhe respeitosamente que se mantenha firme perante qualquer tentativa de sabotar o acordo que apresentou", escreveu o Fórum das Famílias, a principal organização que representa os familiares dos reféns.
"As questões em jogo são demasiado importantes e as nossas famílias já esperaram demasiado tempo para que interferências façam descarrilar estes avanços", acrescentou, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Trump deixou entender que uma aproximação nas negociações de cessar-fogo estava iminente, com base num plano de 21 pontos apresentado a dirigentes árabes e muçulmanos, à margem da Assembleia Geral da ONU na semana passada.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas, há quase dois anos, o Fórum já acusou Netanyahu de ter sabotado várias propostas de cessar-fogo.
Ao receber hoje Netanyahu, Trump deverá procurar concretizar um plano de paz para Gaza que permita a libertação dos 47 reféns detidos no território palestiniano nos dois primeiros dias do cessar-fogo, segundo meios de comunicação social.
Entre esses 47 reféns, 25 foram declarados mortos pelo exército israelita.
"Só o senhor tem a força para levar este acordo até ao fim, e estamos muito agradecidos por o ter do nosso lado", acrescentou o Fórum na carta enviada ao Presidente dos Estados Unidos.
Netanyahu deu poucas razões para ter esperança nos últimos dias, segundo a AFP.
Num discurso proferido na sexta-feira na ONU, prometeu "acabar o trabalho" contra o Hamas e bloquear a criação de um Estado palestiniano.
O primeiro-ministro israelita parece igualmente determinado a prosseguir a ofensiva lançada em 16 de setembro contra a cidade de Gaza.
As famílias dos reféns pediram a Trump que pressione Netanyahu a pôr termo à campanha militar contra a principal cidade da Faixa de Gaza.
"O seu duplo objetivo -- pôr fim à guerra e trazer todos os reféns para casa -- contrasta fortemente com o alargamento da guerra que Israel está atualmente a conduzir", escreveram.
O ataque do Hamas contra Israel, que desencadeou a guerra em 07 de outubro de 2023, causou a morte de mais de 1.200 pessoas do lado israelita, maioritariamente civis, segundo as autoridades.
A ofensiva israelita levada a cabo em retaliação sobre Gaza provocou mais de 66.000 mortos, também maioritariamente civis, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, cujos dados são considerados fiáveis pela ONU.
Israel enfrenta acusações de genocídio por causa da guerra em Gaza, onde a ONU declarou uma situação de fome, o que aconteceu pela primeira vez no Médio Oriente.
O Governo de Netanyahu, uma coligação com a extrema-direita, refuta as acusações.
O Hamas, que controla Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.
O grupo radical palestiniano integra o chamado "eixo de resistência" a Israel liderado pelo Irão, de que também fazem parte o Hezbollah libanês e os hutis do Iémen, entre outros grupos extremistas da região.
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