"A ocupação [israelita] está a interromper deliberadamente os serviços humanitários que prestamos à população e a aumentar a pressão sobre nós no norte da Faixa de Gaza, impedindo-nos de fornecer combustível", alertou Mohammed al-Mughair, diretor do departamento de apoio humanitário e relações internacionais da Defesa Civil, em comunicado.
A Defesa Civil reconheceu que teve de reduzir "drasticamente" os seus serviços devido à recusa do Exército israelita em fornecer "mesmo pequenas quantidades de combustível".
"O combustível que temos mal é suficiente para abastecer os nossos veículos num número limitado de missões, que pode não exceder esta semana", salientou Mohammed al-Mughair, avisando que essas limitações operacionais se traduzem em perdas de vidas.
A Defesa Civil de Gaza é o principal serviço de emergência do enclave, subordinado ao Ministério do Interior do governo do Hamas na Faixa de Gaza, e é habitualmente responsável por resgatar feridos e mortos deixados nos escombros após ataques do exército israelita.
Para além dos desafios operacionais impostos pela escassez de combustível em Gaza, a organização tem relatado, repetidamente, que os seus socorristas foram alvos de ataques das Forças Armadas.
No sábado, o grupo divulgou um comunicado alegando ter apresentado 73 pedidos em coordenação com organizações não governamentais para a realização de missões de resgate nas duas semanas anteriores, que tinham sido negadas pelo exército.
Em consequência destes impedimentos, a Defesa Civil relatou que inúmeras pessoas feridas, soterradas debaixo de edifícios, morreram.
O Governo de Israel lançou a ofensiva contra Gaza a 07 de outubro de 2023, após ataques do movimento islamita palestiniano em território israelita, nos quais 1.200 pessoas morreram e 251 foram feitas reféns.
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