"As Forças Armadas confirmam que foram observados drones em vários dos seus locais durante a noite. Vários meios [de defesa] foram mobilizados", avançaram as Forças Armadas, em comunicado hoje divulgado.
Não foram fornecidos mais detalhes sobre os incidentes ou a resposta das Forças Armadas, mas os meios de comunicação social dinamarqueses garantem que nenhum aeroporto foi encerrado durante a noite.
A presença de drones na Dinamarca e na Noruega desde 22 de setembro levou ao encerramento de vários aeroportos, com Copenhaga a sugerir um possível envolvimento russo.
No sábado, as Forças Armadas dinamarquesas já tinham anunciado a presença de drones não identificados sobre "vários locais militares" durante a noite de sexta-feira para sábado, mas escusaram-se a divulgar mais pormenores.
A polícia confirmou que "um ou dois drones" foram observados na sexta-feira à noite perto e acima da base militar de Karup, a maior do país, que alberga todos os helicópteros das Forças Armadas, a vigilância do espaço aéreo, a escola de aviação e funções de apoio.
O incidente junta-se aos que têm vindo a decorrer desde segunda-feira numa campanha que o Governo dinamarquês descreveu como atos de "guerra híbrida".
A intrusão levou ao encerramento temporário do espaço aéreo ao tráfego civil durante algum tempo.
Voos de drones já tinham sido observados na quarta-feira à noite sobre a Base Aérea de Skrydstrup e sobre o Aeroporto de Aalborg, a quarta maior cidade do país, que também tem uma componente militar, obrigando o aeroporto a suspender os voos durante uma hora.
Na segunda-feira, o surgimento de drones tinha também levado o Aeroporto de Copenhaga a encerrar o tráfego aéreo durante cerca de quatro horas, causando atrasos a aproximadamente 20.000 passageiros.
As autoridades dinamarquesas ainda não determinaram a responsabilidade pelas violações do espaço aéreo, embora se refiram a um "ator profissional" e a um "ataque híbrido" e tenham manifestado suspeitas de possíveis ligações à Rússia.
O país está em alerta máximo desde segunda-feira, tendo a primeira-ministra, Mette Frederiksen, alertado, na quinta-feira, para a possibilidade de o número de "ataques híbridos" poder aumentar.
Embora tenha admitido que ainda não se sabe a origem dos drones, a primeira-ministra afirmou que "existe um país que representa principalmente uma ameaça à segurança europeia: a Rússia".
Estes incidentes acontecem após a incursão de drones russos também na Polónia e na Roménia e suspeitas na Alemanha, além da aproximação de caças russos ao espaço aéreo estónio, mas as autoridades dinamarquesas ainda não estabeleceram formalmente uma ligação entre estes incidentes.
A Rússia negou "firmemente" estar envolvida nestes sobrevoos, com a sua embaixada em Copenhaga a denunciar uma "provocação orquestrada".
A Dinamarca é um dos principais apoiantes da Ucrânia face à ofensiva lançada pela Rússia em fevereiro de 2022, tendo recentemente anunciado que estava a adquirir novos meios "para detetar e neutralizar drones" e armas de precisão de longo alcance para atingir alvos distantes.
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