As negociações para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza foram suspensas depois de um ataque de Israel aos líderes do grupo islamita, realizado no início deste mês no Qatar, quando decorriam conversações.
O ataque provocou, segundo o Hamas, a morte de cinco membros do movimento islamita palestiniano - nenhum dos quais eram responsável da delegação de negociações -, tendo sido criticado por vários Estados.
Hoje, o Hamas admitiu estar disposto a considerar qualquer nova proposta "de forma positiva e responsável", depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter apresentado um plano de 21 pontos para pôr fim à guerra Gaza numa reunião com representantes de países árabes realizada em Nova Iorque.
Antes do ataque do início do mês, Israel tinha anunciado que aceitaria a proposta do Presidente norte-americano para um cessar-fogo em Gaza desde que isso implicasse a deposição de armas pelo Hamas e libertação de todos os reféns na Faixa de Gaza.
A proposta envolvia --- de acordo com fugas de informação para os meios de comunicação israelitas --- a libertação dos 48 reféns, vivos e mortos no primeiro dia do cessar-fogo.
A entrega dos reféns seria feita em troca de prisioneiros e detidos palestinianos, e do início, nesse dia, de negociações para pôr fim definitivo à guerra, sob a supervisão de Donald Trump.
O Governo de Israel lançou a ofensiva contra Gaza a 07 de outubro de 2023, após ataques do movimento islamita palestiniano em território israelita, nos quais 1.200 pessoas morreram e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, o Governo israelita lançou uma ofensiva que já provocou a morte de mais de 66 mil palestinianos, segundo avançou hoje o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mas cujos dados são reconhecidos pela ONU, tendo chegado a bloquear a entrada de alimentos e outros bens essenciais no enclave.
As Nações Unidas declararam no mês passado uma situação de fome em Gaza e uma comissão internacional independente de investigação da ONU acusou Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza desde o início da guerra com a "intenção de destruir" os palestinianos.
Países como a África do Sul denunciaram esta ofensiva perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) como genocídio, denúncia feita também por organizações de defesa dos direitos humanos internacionais e israelitas.
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