Adams, presidente da câmara da cidade com a maior população judaica fora de Israel, estimada em quase 1,4 milhões, assistiu ao discurso do primeiro-ministro israelita durante a semana de alto nível na ONU, que reúne anualmente líderes de todo o mundo.
O autarca está em véspera de uma eleição municipal em 05 de novembro, na qual se recandidata.
"Embora nem sempre concordemos com estes líderes, Nova Iorque sempre foi um lugar onde todos são bem-vindos, independentemente das suas crenças", frisou Adams num comunicado onde anunciou o seu encontro com Netanyahu no edifício da ONU.
"Permitir que todos se expressem livremente é a nossa essência como cidade e como nação, e embora muitos tentem rejeitar esta ideia hoje, continuarei a apoiá-la", destacou o autarca, que procura a reeleição para um segundo mandato como independente, embora as sondagens o coloquem em último lugar entre os quatro principais candidatos.
O presidente da Câmara de Nova Iorque disse estar "especialmente orgulhoso" do seu encontro com o primeiro-ministro israelita, que foi recebido na cidade por um protesto de cerca de 2.000 pessoas contra a guerra de Israel em Gaza, e agradeceu.
A presença do líder israelita em Nova Iorque também foi criticada por dezenas de delegados de outros tantos países, que abandonaram o salão onde discursava na ONU.
"Como presidente da câmara, o meu juramento é proteger os nova-iorquinos contra todos os inimigos, tanto estrangeiros como nacionais, e o primeiro-ministro Netanyahu deixou claro: aqueles que pedem a morte de judeus em todo o mundo também pedem a morte de americanos", vincou Adams no comunicado.
"Numa altura em que grande parte do mundo está a virar as costas ao Estado judaico de Israel, o presidente da câmara da maior comunidade judaica fora de Israel deve manter-se firme no nosso apoio ao seu direito de se defender, de eliminar o Hamas e de trazer para casa cada um dos seus reféns" mantidos em cativeiro desde o início da guerra, a 07 de outubro de 2023, concluiu.
A guerra declarada a 07 de outubro de 2023 em Gaza para "erradicar" o Hamas - após o seu ataque a Israel fazer cerca de 1.200 mortos e 251 reféns - fez, até agora, pelo menos 65.549 mortos, na maioria civis, e 167.518 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros e também espalhados pelas ruas, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Leia Também: Famílias dos reféns criticam discurso de Netanyahu na ONU: "Indignadas"