O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, afirmou esta sexta-feira que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "está a perder a cabeça com a sua obsessão anti-húngara".
Em causa está o facto de o presidente ucraniano ter afirmado que a Ucrânia suspeita que a Hungria está a utilizar drones de reconhecimento no seu espaço aéreo.
"As forças ucranianas registaram violações do nosso espaço aéreo por drones de reconhecimento, provavelmente húngaros. As avaliações preliminares sugerem que podem ter realizado o reconhecimento do potencial industrial das zonas fronteiriças da Ucrânia", revelou Zelensky numa publicação na rede social X.
Em resposta, também no X, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria afirmou que "o presidente Zelensy está a perder a cabeça com a sua obsessão anti-húngara" e "começa agora a ver coisas que não existem".
President @ZelenskyyUa is losing his mind to his anti-Hungarian obsession. He’s now starting to see things that aren’t there. https://t.co/r5BYDsDkiU
— Péter Szijjártó (@FM_Szijjarto) September 26, 2025
Sublinhe-se que as declarações de Zelensky surgiram na sequência de uma reunião militar com responsáveis militares ucranianos sobre o ponto de situação da guerra com a Rússia.
A Hungria foi acusada, juntamente com a Eslováquia, de alimentar a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos.
A acusação, feita pela Finlândia, aconteceu após os comentários do presidente norte-americano, Donald Trump, que disse no início de setembro estar "muito insatisfeito" com as compras de petróleo russo por países da Europa durante uma conversa telefónica com líderes europeus.
A Hungria e a Eslováquia, ambos membros da União Europeia (UE), beneficiam de uma isenção para continuar a importar petróleo russo através do oleoduto Druzhba, que foi alvo de vários ataques ucranianos nas últimas semanas.
Os governos húngaro e eslovaco são conhecidos pelas políticas conciliatórias em relação à Rússia e pelas críticas severas a Zelensky, contrariamente à posição maioritária da UE.
A guerra na Ucrânia, causada pela invasão da Rússia em fevereiro de 2022, tem assentado num combate intenso nas regiões do leste e do sul, com frequentes bombardeamentos de infraestrutura civil, deslocamentos de populações e elevado número de baixas.
Neste verão, houve múltiplas tentativas diplomáticas para estabelecer um cessar-fogo, incluindo uma proposta dos Estados Unidos de suspensão das hostilidades por 30 dias, mas apesar de tais esforços não houve avanço significativo real.
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